| Lívia Rossa |

Está previsto para este domingo (7), às 13h, na Praça do Tambor (Rua das Andradas com General Portinho), em Porto Alegre, o ato “Vidas Negras Importam”. Organizado pelos grupos Coletivo Juntos e Embolamento Cultural, a mobilização é a versão porto alegrense de uma série de atos que ocorrem no mundo todo e começaram após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos. Floyd, que era negro, foi sufocado até a morte por um policial, branco, em Minneapolis durante uma abordagem policial.

Para um dos organizadores do ato e militante do Coletivo Juntos Cilas Machado, a manifestação surge de uma necessidade de solidariedade que, embora se espelhe nos protestos do Estados Unidos, tem como objetivo cobrar medidas mais sérias contra o que chama de “institucionalização do desprezo pelas vidas negras” também a nível nacional. Machado afirma que os casos de violência contra negros no Brasil já chegaram a países como Inglaterra e França e foram reivindicados e entende que seja o momento de fazer o mesmo em terras brasileiras.

Ele afirma que outros estados já estão se mobilizando há mais tempo, mas que a cautela em função da pandemia do novo coronavírus impediu a realização de atos como o que ocorreu no Rio de Janeiro após a morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto. O menino morreu após ser baleado dentro de casa durante operação da Polícia Federal em conjunto com a Polícia Civil no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ).

João Pedro brincava com o primo quando foi alvejado e não tinha nenhum envolvimento com o crime organizado, mas foi tido pela polícia como suspeito. O assassinato levantou discussões acerca do racismo no Brasil, principalmente nas redes sociais.

Cilas também utilizou como exemplo, no Rio Grande do Sul, recentemente também ficou conhecido o caso do engenheiro Gustavo Amaral dos Santos, que estava se dirigindo para o trabalho quando foi morto após ser confundido com um assaltante. O militante afirma que um ato contra a violência em relação aos negros é importante para lembrar a morte das vítimas e também homenageá-las, como deve acontecer no domingo, já que a família de Gustavo deve comparecer e receber espaço para falar.

 

Crédito foto: Unsplash/Maria Oswalt/Divulgação/RDCTV

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