Crédito: distribuição Paramount Pictures

Babilônia é um filme que se concentra em contar duas histórias. A trama principal, que se preocupa no desenvolvimento dos personagens dentro deste enredo, e a segunda que é sobre a evolução do cinema e os desdobramentos causados em seus profissionais. Por muitos momentos, vemos a primeira servindo de pano de fundo para a segunda.

Dirigido e roteirizado pelo vencedor do Oscar, Damien Chazelle (La La Land), e estrelado por nomes já conhecidos de hollywood como Brad Pitt e Margot Robbie, o longa apresenta a “nata” e o “submundo” do universo do cinema q partir de 1920 e sua ascenção desde o cinema mudo até o cinema falado, através de dois personagens que aspiram trabalhar com a sétima arte.

O filme inicia de maneira inusitada, com bastante humor escrachado. Esse aspecto inicial presente no começo do filme surpreende o espectador, pois causa uma certa demora para entender que tipo de obra está sendo contada na telona. Inclusive, essa é uma característica pontual de Babilônia. Dentro de seus 189 minutos, Chazelle traz diversos gêneros cinematográficos para ilustrar a história, sendo alguns mais bem sucedidos do que outros.

Os traços de comédia são bem pensados, com destaque para a cena em que Nelle LaRoy (Margot Robbie), assim como toda sua equipe cinematográfica, tentam encenar com som pela primeira vez.

Nenhuma atuação deixa a desejar, tendo o roteiro beneficado dando espaço e tempo para a maioria ter bons momentos dentro da história. Contudo, o destaque vai para Brad Pitt e a belíssima trajetória de seu personagem Jack Conrad, desde o humor até o drama.

Crédito: distribuição Paramount Pictures

O único gênero que não consegue corresponder à altura dos demais na prática é quando já na segunda metade do longa, Chazelle traz momentos de tensão e suspense através do mafioso James McKay (Tobey Maguire). No entanto, parece que este, que é um dos últimos atos do filme, foi construído apenas para trazer diversidade nas referências à sétima arte, sem muito sentido para a história em si. Tanto que nesta cena, até o escrachado, que tinha ficado lá para trás, volta a aparecer.

A cronologia é bem estruturada, porém por vezes cansativa. A ideia por trás de cada cena é bem feita, o que leva ao rápido entendimento, não precisando de muitos minutos para mostrá-la, como acontece. Apesar desses delizes, Babilônia consegue em seu ato final mostrar a que veio, seja em seu percurso ou em sua mensagem final.

A trilha sonora é sensacional, assim como a direção de fotografia e as cenas nos bares de época provam isso. Não será surpresa nenhuma ver o filme concorrendo em diversas categorias na época das premiações. A cloncusão de Manny Torres (Diego Calva) é um deleite para os amantes da sétima arte. Afinal, “o que é cinema?”.

Com certeza, a questão que permeia o filme estará sempre presente nas demais mesas e rodas de debates. Mas assim como a personagem de Jean Smart, Elinor St. John coloca, creio que Babilônia será eternizada dentro da memória de quem assistir.

Por: Juan Molina

Nota: 

 

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