| Redação RDC TV |
A Brigada Militar (BM) divulgou o 1º censo realizado entre as polícias militares no país. O estudo, que entrevistou 17.952 pessoas, foi dividido em três partes, seguindo um sistema censitário semelhante ao do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram coletados dados socioeconômicos, de saúde e de gênero.
A primeira etapa tratou do desenvolvimento do levantamento e métodos de aplicação. Após, foram realizadas coletas de informações em todos os quartéis da BM no Estado, entre os dias 01 de setembro e 23 de outubro. Por fim, as respostas foram analisadas e contabilizadas.
De acordo com o tenente-coronel Márcio de Azevedo Gonçalves, o 1º censo representa um marco no acompanhamento de informações da BM. “Ultrapassa as questões quantitativas e abarca informações familiares, socioeconômicas, de vitimização, vulnerabilidade e, sobretudo, das necessidades da tropa. Não apenas contabilizar quantos somos, mas também quem somos”, disse.
A análise mostrou que 84% da tropa é composta por homens e 16% por mulheres. Do total de participantes, 80,1% se autodeclararam brancos, enquanto 19,7% disseram ser negros ou pardos e 0,2%, foi dividido entre amarelo e indígena (0,1% para cada). Também foi identificado que 5% dos integrantes da corporação são naturais de outros estados, como Amazonas, Bahia e Rio de Janeiro etc.
Em relação ao contentamento com a BM, 74,6% dos participantes demonstraram satisfação com a jornada de trabalho, assim como 54% com o salário recebido. Já 77% dos respondentes afirmaram insatisfação quanto ao plano de carreira atual. Além disso, 63% dos servidores disseram se sentir valorizados.
A instituição também apresentou parecer sobre como os profissionais se sentem no ambiente de trabalho. Do total, 56,2% já se envolveu em confronto armado, o que resultou em 46,5% feridos durante o atendimento de alguma ocorrência. Outros 54,8% disseram já ter sido vítimas de ameaças enquanto realizavam funções militares ou no período de descanso, enquanto 8,4% afirmaram ter sofrido agressão física e/ou psicológica durante o serviço ou na folga.
O estudo também abordou o vínculo dos Policiais Militares e servidores civis da Instituição. A grande maioria do contingente é de Soldado (12.385), seguido por 2º Sargento (1.814) e Soldado-Aluno (893). Os resultados da análise também revelaram que 67% da tropa possui menos de 15 anos de serviço e que 77% pretendem seguir atuando futuramente na Brigada Militar.
“Não buscamos apenas elogios, queríamos sobretudo as críticas. Elas nos fazem olhar para dentro e quando analisadas de forma madura, nos fazem crescer. Temos que trabalhar, melhorar, ouvir as pessoas, ouvir especialistas e a sociedade. O que nos resta agora é estudar o censo, entender nossas forças, mitigar nossas fraquezas, ouvir cada vez mais os brigadianos e em ato contínuo, propor, fomentar e induzir políticas públicas de valorização profissional e melhoria da qualidade de vida”, conclui o tenente-coronel.
Foto: Divulgação/Departamento de Ensino