| Alice Ros |

 

Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e liderada pelo Cpers/Sindicato, a Covid-19 já contaminou 142 educadores da rede estadual. Os dados representam 16,2% do total de escolas que integram o levantamento.

O estudo também avaliou como a Coordenadoria Regional de Educação (CRE) agiu após a confirmação dos casos. Em 75,5% das ocorrências, a CRE não ofertou medidas de higiene para as instituições de ensino, assim como 8,3% dos profissionais diagnosticados com a doença não foram afastados do trabalho.

Mesmo com as atividades presenciais suspensas, 69% dos educadores continuam atendendo a demandas da comunidade escolar, como entrega ou recebimento de avaliações. Somente 49% dos pacientes diagnosticados com Covid-19 tiveram os plantões de atendimento interrompidos.

Do total de entrevistados, 67% dos participantes afirmaram que sentem medo de frequentar o ambiente escolar, enquanto 12% afirmaram não ter receio e 21% indicaram que não vão à escola ou não sabem responder. As direções escolares avaliam que 96% das escolas têm profissionais que fazem parte do grupo de risco, e que 70% dos participantes não têm espaço físico suficiente para manter os protocolos de distanciamento social.

Estado pretende retomar atividades presenciais da Educação Infantil em 08 de setembro

Após reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), na terça-feira (01), o governador Eduardo Leite anunciou que a Educação Infantil deve ser a primeira a integrar a retomada gradual das aulas presenciais.

Segundo o cronograma apresentado por Leite, a Educação Infantil retornará ao modelo presencial na próxima terça-feira (08). Caso o número de casos de Covid-19 no Estado siga estabilizado, Ensino Técnico, Médio e Superior retornam em 21/09. A rede estadual está prevista para voltar em 13/10, enquanto os anos finais do Ensino Fundamental em 28/10 e os anos iniciais em 12/11.

“Trata-se de um calendário para autorizar ou deixar de restringir, e não para obrigar o retorno. Os municípios vão poder encaminhar sua decisão, respeitando os prazos mínimos, que começam em setembro e vão até novembro”, afirmou o governador em live. Os protocolos indicam que apenas municípios em bandeira laranja e amarela por, no mínimo, duas semanas estão autorizados a formalizar a volta às aulas.

O governador justificou que a escolha da Educação Infantil como primeira da escala de retorno está pautada na normalização das atividades comerciais. De acordo com Leite, “muitos pais já retomaram suas atividades presencialmente no trabalho e não têm com quem deixar os seus filhos. A retomada da economia, como estamos observando, impõe a necessidade de lugares para cuidados com as crianças, que são as escolas de educação infantil”.

Além do fator econômico, Leite também afirmou que o isolamento social está afetando o desenvolvimento infantil. “Se por um lado termos suspendido as aulas protegeu essas crianças em relação ao coronavírus, de outro lado também causa outros problemas de saúde no desenvolvimento psíquico, motor, da capacidade socioemocional e da capacidade cognitiva. Isso nos preocupa muito, porque ainda não há certeza de como essas crianças estão sendo afetadas”, disse.

O formato de ensino híbrido foi novamente defendido como alternativa para a pandemia. A proposta sustenta que as turmas sejam divididas em grupos e, assim, os alunos mantenham horários diferentes e escalas para atividades remotas e presenciais. As medidas serão importantes, de acordo com o governador, para impedir que as instituições particulares acumulem mais dívidas e que o sistema de ensino público seja sobrecarregado. Educadores do grupo de risco não devem retornar presencialmente.

Cerca de 650 mil estudantes já ativaram a conta no Google ClassRoom, que garante acesso ao sistema de ensino a distância. Na última semana, o Estado anunciou a abertura do sinal de internet para 850 mil estudantes da rede estadual.

Compartilhe essa notícia: