Em um momento onde filmes de super heróis demonstram uma saturação, inclusive com lançamentos esquecíveis como “Thor – Amor e Trovão”, “Homem-Formiga – Quantumania” e “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, em 2023 fomos agraciados com uma nova leva de filmes de altíssima qualidade, como “Guardiões da Galáxia Vol. 3” e o novo filme do Homem-Aranha, que se mostra um clássico instantâneo.

Confesso que assisti a primeira parte da história apenas 1 semana antes de “Através do Aranhaverso”. Eu estava tão farto da mesma fórmula que acabei protelando a experiência.
Quando assisti o primeiro filme fiquei extasiado com toda a qualidade do longa e, por consequência, assistir a segunda parte com uma diferença de 1 semana se tornou a cereja no bolo, por ter tudo fresquinho na cabeça.

No novo capítulo, aproximadamente um ano após os eventos de “Homem-Aranha no Aranhaverso”, Miles Morales sente falta de seus amigos aranhas do multiverso, principalmente de Gwen Stacy, porém não imagina que um novo inimigo, que até então não parecia ser grande ameaça, irá mudar o curso de sua história. Quando Miles mais precisa de Gwen, ela irrompe através de um portal para o multiverso, abrindo uma gama de possibilidades e mostrando a Miles que o mundo é muito maior que ele imagina.

Em seu universo, Gwen está lidando com alguns problemas bastante sérios com seu pai. Mais importante ainda, Miguel O’Hara, também conhecido como Homem-Aranha 2099, criou uma força-aranha composta por heróis-aranha de todo o multiverso. Objetivo deles? Para proteger todos os universos de eventos de extinção, cuja causa pode ser rastreada até a aranha radioativa que deu poderes a Miles.

Os roteiristas Phil Lord, Christopher Miller e Dave Callaham fizeram um trabalho impecável ao criar tantos diálogos que emocionam, e os diretores Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson – junto com sua talentosa equipe de animadores – fazem um trabalho estupendo ao dar vida ao filme.

As técnicas de animação são surreais! Enchem os olhos e criam uma experiência única, muito superior ao primeiro filme.

A força desta sequência é que, enquanto este segundo capítulo ainda gira em torno de Miles e garante que sua história esteja no centro, os cineastas fazem um trabalho incrível ao desenvolver o personagem de Gwen ao mesmo tempo sem criar nenhum tipo de confusão ao expectador. Suas histórias estão inevitavelmente em rota de colisão, cada adolescente aprendendo lições valiosas do outro que levam consigo de volta para seus respectivos universos.

Interessante também é o quanto o filme sabe valorizar cada personalidade de seus “Aranhas”. Cada um tem suas particularidades, seus lemas e dilemas, tudo de forma fluída e extremamente convincente.

Assistir todo esse resultado numa tela IMAX fez com que eu pudesse me deleitar com cada detalhe, cada nuance, cada técnica de animação aplicada e suas inúmeras referências e Easter Eggs espalhados pelo filme.

Sinto que esse é o melhor filme do amigo da vizinhança já lançado.

NOTA: 10/10

Douglas Barcelos

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