Na safra atual, foram semeados 839.972 hectares de arroz irrigado no Rio Grande do Sul. O Instituto Rio Grandense do Arroz estima que a produção de arroz no Estado na safra 2022/2023 pode chegar a 7,1 milhões de toneladas, uma redução de 7,8% em relação à safra anterior, que registrou 7,7 milhões de toneladas.
Flávia Tomita, diretora técnica da autarquia, explica que a estimativa de redução da produção se deve à diminuição em 12% da área semeada, situação agravada por uma perda de 15.120 hectares por causa da estiagem. De acordo com Flávia, 85% das perdas ocorreram na Fronteira Oeste do Estado.
A safra sofreu influência, pela terceira vez consecutiva, do fenômeno climático La Niña, que reduz a frequência e o volume das chuvas no Rio Grande do Sul. A Metade Oeste do Estado foi a mais atingida, impactando negativamente as regiões produtoras Central, Campanha e Fronteira Oeste. Essa última foi a mais castigada.
Em um determinado periodo do ano as precipitações e a umidade relativa do ar ficaram abaixo da média e a radiação solar e a temperatura foram superiores ao que é normalmente esperado. Esses fatores levaram a uma evaporação bem acima do patamar considerado favorável, principalmente nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro.
Algumas regiões apresentam alta produtividades na safra atual, apesar da redução de área e das perdas pela estiagem, fator que minimiza os impactos dos problemas climáticos sobre as áreas que ficaram comprometidas pela falta de água para irrigação. A semeadura na época recomendada, o aumento de áreas em rotação/sucessão de culturas e o uso de cultivares de alto potencial produtivo, com destaque a Irga 424 RI, semeada em 54% da área orizícola do Estado, estão garantindo uma produção suficiente para abastecer o mercado interno.
O conselheiro Fernando Osório, integrante da Comissão de Mercado do Irga, afasta a possibilidade de ocorrer desabastecimento. “Apesar da redução de produção estimada pelo instituto, nós não teremos problema de desabastecimento, visto que a produção está próxima do que é consumido e da projeção de exportação e de importação equivalentes. Logo, o estoque de passagem está normal e é semelhante ao da safra anterior”, detalha Osório.