| Lívia Rossa |

A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS) lançará, no dia 3 de junho, a campanha “Uma voz por todas” para aumentar a representatividade feminina na política. A ação, mobilizada dentro da gestão do presidente Dudu Freire, já tinha inauguração marcada para antes da pandemia, mas teve que ser adiada. Agora, as ações deverão acontecer por vídeo nas redes sociais da federação.

Com o objetivo de incentivar mais mulheres a ocuparem espaços políticos ou, somente, para levar conhecimento a quem tenha interesse no assunto, a primeira dama da FAMURS Daniela Meller apresentou a proposta de discussão da presença feminina e colocou em prática o diálogo que considera pioneiro dentro da organização.

“Essa pauta não era falada antes da entrada do Dudu e, quando ele foi eleito, implantou uma coordenação de gênero e começaram a ser realizadas palestras para fortalecer o público feminino”, afirma Daniela.

Assim, a primeira-dama — que não pode ter cargo na gestão, porém se interessa pelas mudanças no campo público—, vê como necessária a quebra de paradigmas no setor, como a ideia de que “política é assunto de homem”.

A organização da campanha chegou a visitar deputadas antes da pandemia para pedir seus apoios e a adesão, mesmo que partindo de políticas com interesses diferentes, uniram as mulheres em favor da causa.

“Infelizmente, todas as mulheres tinham uma história triste dentro da política em razão da imposição masculina. Algumas pessoas fazem a comparação do machismo com o feminismo, para criar embates. Nós nunca quisemos uma ‘guerra de sexos’, apenas exigimos 50% do nosso espaço, que é o mínimo do que merecemos”.

Entre os problemas identificados por Daniela está o preconceito em relação às mulheres que ainda existe dentro de instituições ligadas à política e a valorização deve começar em todos os setores, como nos diretórios ou no campo executivo dos partidos políticos.

Segundo a primeira-dama a Lei Eleitoral estabelece que para cada 70% de candidatos homens deva existir 30% de mulheres também candidatas. Isso faz com que alguns políticos lembrem do público feminino somente na época eleitoral para fazer campanha. Para ela, se houver disposição em praticar a inclusão das mulheres, há bastante tempo para formar uma gestão antes dos períodos eleitorais.

Quando entram na esfera política, outro problema é a permanência das mulheres. “A exigência não deve estar centrada apenas na candidatura justa das mulheres, de uma candidata mulher para cada 3 homens. No mínimo, 30% também deveriam ser eleitas”, acredita.

Em todo o Rio Grande do Sul, segundo Daniela, atualmente de 81 senadores apenas 12 são mulheres. Já dos 513 deputados federais, 77 são mulheres. No âmbito dos deputados federais, em cada 55 presentes, nove são mulheres. No estado, considerando 437 cidades, há apenas 30 prefeitas e 40 vice-prefeitas.

Acerca das expectativas, Daniela espera que os informativos da instituição vão orientando as mulheres enquanto a pandemia suspende encontros presenciais. A primeira-dama também espera que a próxima gestão considere pertinente o assunto e que dê continuidade ao trabalho realizado em favor das mulheres.

Crédito foto: FAMURS/Divulgação/RDCTV

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