Em coletiva a imprensa gaúcha, no auditório do FIERGS, nesta terça feira (3) o presidente, Gilberto Petry e o economista chefe André Nunes, apresentaram o balanço de 2019 e as perspectivas para 2020, em linhas gerais, não é diferente do que se projetava para 2019: retomada do processo de recuperação, ainda que de forma lenta, gradual e sujeita a oscilações. Sobre a economia do Rio Grande do Sul, duas surpresas positivas destacaram-se em  2019:

  • A elevada produtividade da colheita de grãos em relação à safra de 2018.
  • O bom desempenho da Indústria de Transformação no primeiro semestre.

E afirmaram ainda que são estimados que a economia gaúcha crescerá mais do que a brasileira, mas nos próximos deverá acompanhar o ritmo nacional.

Para Nunes a indústria brasileira iniciou o ano com a expectativa de voltar à trajetória de recuperação perdida no segundo semestre de 2018, quando entrou em processo de estagnação. Porém, essa situação perdurou durante todo o ano.

 

O desempenho nacional foi afetado também pela queda na Indústria extrativa em função do desastre de Brumadinho. Por sua vez, a indústria do Rio Grande do Sul encerrou o primeiro semestre com forte crescimento, puxado pelo bom desempenho da fabricação de veículos automotores. No segundo, porém, o setor demonstrou um processo claro de desaceleração.

Mesmo completando o terceiro ano consecutivo de crescimento, as economias do Brasil e do Rio Grande do Sul no final de 2019 ainda operam muito abaixo do período pré-crise. Essa ociosidade fica bastante clara quando analisamos o comportamento do mercado de trabalho e da taxa de inflação.

A atual conjuntura econômica brasileira e externa sugere inflação controlada e abaixo da meta para 2020. Diante desse quadro, a expectativa é de que a Taxa Selic continue no seu piso durante o próximo ano.

Já no mercado de trabalho brasileiro, foi verificada uma melhora em 2019, quando a taxa de desemprego caiu e houve geração líquida de empregos formais. Mesmo com essa evolução, a situação ainda é crítica: 12,5 milhões de desempregados, 27,5 milhões de pessoas subutilizadas, e 41,4 milhões de trabalhadores na informalidade.

Além disso, apenas 40% das vagas com carteira perdidas na crise foram recuperadas, e a renda média dos ocupados não cresceu. No Rio Grande do Sul, o número de desempregados aumentou e, mesmo com a abertura de novas vagas, os empregos formais gerados não chegam a um terço dos extintos entre 2015 e 2017.

No cenário base, o crescimento esperado de 2,0% para o PIB em 2020 terá como principal vetor a continuidade do processo de expansão do mercado consumidor interno. A melhora na confiança dos consumidores – impactados pela liberação de recursos do FGTS – e a evolução positiva do mercado de trabalho, bem como as taxas de juros e inflação baixas proporcionam as condições para a aceleração do crescimento em 2020. Além disso, após um longo período de elevada incerteza no campo político, a expectativa é de que 2020 seja um ano relativamente mais tranquilo nesse campo.

A soma de crise política e econômica em 2015, 2016 e 2017, bem como as eleições em 2018, fez com que a influência do quadro político no econômico fosse acima do normal e afetasse não só o consumo como os investimentos.

Dessa forma, estima-se que a retomada da Indústria da Construção contribuirá positivamente para o crescimento da economia após cinco anos de quedas. O cenário superior é composto pela contribuição do setor externo para o crescimento.

Mesmo com uma taxa de câmbio mais favorável ao exportador, a retração na demanda externa tem afetado o desempenho das exportações. Por fim, as previsões para o cenário inferior contemplam um crescimento menor do que o esperado na demanda interna e piora na demanda externa.

Reportagem e Foto: Marina Espíndola/ RDC TV

 

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