| Alice Ros |

A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul já elabora um plano de imunização da Covid-19. Após o Ministério da Saúde informar, na segunda-feira (07), que o governo federal está negociando 70 milhões de doses da vacina da Pfizer e Biontech, a equipe técnica do Programa Estadual de Imunizações, da Divisão de Epidemiologia do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), organiza a estrutura da rede de armazenamento e distribuição das doses no Estado. 

Os imunizantes serão entregues às Centrais de Frio de 18 regionais de saúde e em 308 câmaras de conservação de municípios com até 100 mil habitantes. A distribuição será feita a partir da Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), com sede em Porto Alegre.

Para administrar a temperatura interna das câmaras frigoríficas, os equipamentos contam com um sistema de hardware e software. Em caso de variação da temperatura interna, os dispositivos acoplados enviam mensagens por celular e e-mail, além de emitir alarmes sonoros que indicam aumento superior a 10°C.

Em live transmitida nesta terça-feira (08), o governador Eduardo Leite (PSDB) e a secretária de Saúde, Arita Bergmann, reforçaram que o Estado está em contato com o Ministério da Saúde para acompanhar a distribuição da vacina da Covid-19. Após reunião virtual com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, Leite argumentou que o Brasil possui um Programa Nacional de Imunização qualificado e que o Ministério da Saúde não autorizará a distribuição de imunizantes sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo Leite, a pasta tem contrato firmado com a Universidade de Oxford, junto com a farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, para a compra por transferência de tecnologia e insumos com a vacina. Ao todo, o país estima liberar 100 milhões de doses no primeiro semestre de 2021, sendo 15 milhões em janeiro, e 160 milhões no segundo semestre. “Não faz sentido abrir disputa entre os estados. Eu confio no Ministério da Saúde. O histórico da relação demonstra que essa confiança se justifica”, disse.

O governador também entrou em contato com João Dória (PSDB), governador de São Paulo, para sinalizar interesse na compra do imunizante produzido pelo Instituto Butantan. “Abrimos a conversa com o Instituto Butantan para, se for o caso, fazer a aquisição da vacina. Não me parece que será o caso, mas, se for, o Rio Grande do Sul já inicia essas tratativas para a aquisição da vacina”, afirmou Leite.

Atualmente, a CoronaVac, produzida pela farmacêutica Sinovac e pelo Instituto Butantan, está no processo de entrega de documentação para registro na Anvisa.

Novamente, o governador do Estado reforçou que acredita no “caráter evidentemente técnico, e não político” para a aquisição do imunizante. “Nenhuma vacina pode ser aplicada sem a certificação da Anvisa. Como eu disse, confio no Programa Nacional de Imunização. Tenho a convicção de que é a melhor estratégia para um país de dimensões continentais como o Brasil”, destacou.

O ministro da Saúde estima que a Anvisa deve levar até 60 dias para autorizar os imunizantes.

Foto: Reprodução/YouTube Governo do Rio Grande do Sul

 

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