Após profissionais da saúde de Manaus (AM) relatarem o colapso do sistema de atendimento por falta de cilindros de oxigênio, o governo federal anunciou que irá transferir pacientes com Covid-19 para outros estados. A estimativa é de que sejam realizadas 750 transferências. Ainda segundo as equipes de saúde, os hospitais precisaram fechar as portas nessa quinta-feira (14) por falta de insumos e leitos. A operação contou com o apoio da Polícia Militar para evitar invasões.

Em live realizada junto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que seis voos da Força Aérea Brasileira (FAB) devem transportar de São Paulo um estoque adicional de cerca de 30 mil metros cúbicos de oxigênio à capital amazonense nos próximos dias. Também está previsto o envio de oxigênio por vias fluvial e terrestre a partir de Belém e Porto Velho. 

Dois aviões com o produto já chegaram ao estado na madrugada desta sexta-feira (15). 

“Eu considero que sim, há um colapso no atendimento de saúde em Manaus. A fila para leitos cresce bastante, já estamos hoje com 480 pessoas na fila. E a realidade da diminuição na oferta de oxigênio – não é a interrupção, senhores, é a diminuição na oferta de oxigênio. Todo o tratamento da Covid-19 é baseado em alguma oferta de oxigênio. Estamos priorizando esse oxigênio para atender as UTIs [unidades de terapia intensiva]”, disse o ministro.

Para atender a demanda de hospitais públicos e privados, as fornecedoras precisavam entregar 76,5 mil metros cúbicos (m³) diariamente. A capacidade de entrega das empresas tem sido, porém, de 28.200 m³/dia. Segundo o governador do estado, Wilson Lima (PSC), as principais fornecedoras do produto não conseguiram dar conta das entregas, que passaram a ser cinco vezes maiores nos últimos 15 dias.

Na quinta-feira, o governo do Amazonas solicitou o estoque ou produção de oxigênio de 17 indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM). A decisão partiu da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) para dar assistência aos pacientes. 

A partir desta sexta, Amazonas inicia um plano de toque de recolher por 10 dias. Para conter o avanço da doença, não será permitido sair de casa entre 19h e 6h.

Foto: Divulgação

Compartilhe essa notícia: