A greve dos caminhoneiros no Brasil, organizada pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e prevista para iniciar nesta segunda-feira (01), não é um consenso para a categoria no Rio Grande do Sul. A classe é favorável ao protesto contra o aumento no preço dos combustíveis e contrário ao momento do ato, por conta da pandemia.

Organizadores estipulam a participação de dois milhões de caminhoneiros, entre trabalhadores autônomos e com carteira assinada, em pelo menos 18 estados brasileiros.

Pela manhã, a Polícia Rodoviária Federal do Rio Grande do Sul (PRF-RS) informou que não há pontos congestionados ou intervenções nas rodovias federais do Estado. Houve registro de manifestação pacífica e sem bloqueios na BR 285, em Ijuí, no trevo do 44, e em Rio Grande, na BR 392. 

A Federação dos Caminhoneiros do Rio Grande do Sul (FECAM/RS) afirmou, em nota publicada na quarta-feira (27), que “apesar de a categoria sofrer com os altos preços do combustível, decorrentes de uma carga tributária abusiva e descabida, dos baixos preços dos fretes ofertados e descumprimento do Piso Mínimo de Fretes e das normas que regem o Transporte de Cargas, fruto da especulação reversa de empresários gananciosos”, a classe acredita que “esse não é o momento apropriado para um movimento de paralisação, em respeito a uma sociedade que não pode nesse momento arcar com o desabastecimento e outras consequências”.

Já o Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (SETCERGS) disse, também em nota, que segue o posicionamento de entidades como a Confederação Nacional do Transporte (CNT), a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) e a Federação das Empresas de Transportes de Cargas do Estado de São Paulo (FETCESP) é desfavorável “à anunciada paralisação de caminhoneiros, cujo momento considera inoportuno, apesar das inúmeras dificuldades que enfrentam tanto transportadores autônomos quanto as empresas do setor’.

O sindicato também acredita “em esgotar todos os espaços de discussão sobre as reivindicações e as melhorias que os governos podem fazer para contribuir com o segmento, mantendo o equilíbrio das contas públicas” e que as “empresas gaúchas de transportes de cargas continuarão trabalhando para manter o abastecimento do país e enfrentar a crise que penaliza a todos”.

Na terça-feira (26), o protesto ganhou adesão da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), uma das principais entidades da categoria no Brasil, que orientou a mobilização de 800 mil motoristas.

Hoje, em São Paulo, caminhoneiros interromperam o fluxo de duas faixas da Rodovia Castello Branco, na altura de Barueri (SP). O bloqueio começou por volta das 6h, no horário de Brasília, no km 30, sentido capital. Uma caminhada pelas faixas foi iniciada cerca de 40 minutos depois. As demais faixas foram liberadas para a passagem de veículos.

O Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informaram, em nota, que até as 7h da manhã “todas as rodovias federais, concedidas ou sob gestão do DNIT, encontram-se com o livre fluxo de veículos, não havendo nenhum ponto de retenção total ou parcial”.

Foto: STRINGER

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