O início das aulas no campus Porto Alegre do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) foi suspenso por tempo indeterminado. O retorno das atividades estava previsto para esta quarta-feira, 20. A “decisão radical” foi publicada no Diário Oficial da União, na terça (19), após relatório interno apontar “problemas relacionados à infraestrutura dos prédios, no que diz respeito à prevenção de incêndio” e recomendar a suspensão das aulas por um semestre. Com isso, quatro mil estudantes, professores e técnicos-administrativos não sabem quando começa de fato o ano letivo.

O diretor-geral do campus, Marcelo Schmitt, disse que o Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio (PPCI) foi aprovado em 2017 mas que “está sendo implementado “muito devagar” por falta de recursos orçamentários. “Não podemos levar anos para implementar algo para a nossa segurança. Poderia ter sido feito em um ano. Não tenho dúvida que foi por falta de recursos”, disse.

Na tarde desta terça, a direção e a reitoria do IFRS se reúnem com o Corpo de Bombeiros para pedir uma inspeção detalhada sobre o real risco do prédio. “Se houver interdição dos bombeiros vamos conseguir um outro local para as aulas. A ideia não é suspender o semestre”, afirmou Marcelo Schmitt.

O reitor do IFRS, Júlio Xandro Heck, foi à Brasília ontem, e segundo o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional do IFRS, Amilton de Moura Figueiredo, levará ao Ministério da Educação (MEC) um ofício expondo a situação do campus Porto Alegre e pedindo R$ 1,2 milhão para a execução completa do PPCCI, que inclui obras de adequação dos prédios e revisão das instalações elétricas.

 

Escolhas

Amilton informou ao Portal ADverso que, em 2019, todo o orçamento do IFRS (previsão de pouco mais de R$ 2 milhões para as 17 unidades) será investido na implementação dos PPCCIs das unidades que ainda não completaram a execução. O pró-reitor de Ensino, Lucas Coradini, disse que o resultado da Emenda Constitucional 95 no IFRS hoje é justamente ter que escolher entre a segurança e a própria atividade finalística do instituto federal. Essa situação, diz ele “nos coloca fragilizados em relação a outras demandas que a instituição tem. A gente acaba deixando de destinar recursos para atividades finalísticas da instituição como o ensino, a pesquisa e a extensão”.

 

Reportagem e foto: Manoela Frade

 

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