| Alice Ros |

O governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou, na manhã desta sexta-feira (26), que o governo do Rio Grande do Sul pagará  R$ 130 milhões para os setores mais afetados pela pandemia da Covid-19 através de um auxílio emergencial gaúcho. A proposta precisa ser aprovada na Assembleia Legislativa.

O auxílio emergencial proposto leva em conta as atividades não essenciais mais atingidas pelas restrições do Estado. Segundo Leite, o governo pretende disponibilizar R$ 100 milhões para os setores de alojamento e alimentação em duas parcelas de R$ 1 mil.

“Dentro de serviços, claramente está o setor de alojamento, como hotéis, pousadas, e o de alimentação (restaurantes, bares e lanchonetes). Por isso, a gente está focalizando nesse setor para disponibilizar R$ 100 milhões em auxílio e a ampliação de R$ 30 milhões de reais das ferramentas de incentivo do setor de cultura e eventos, que vão poder ser apoiados com editais e captação de recursos diretos da iniciativa privada com benefício fiscal”, explicou Leite.

A iniciativa também deve contemplar famílias em situação de vulnerabilidade, desempregados e microempreendedores. Neste caso, serão pagas duas parcelas de R$ 400,00. 

Devem receber o auxílio gaúcho 8.161 famílias em situação de vulnerabilidade e 17.524 desempregados. Outras 19.036 pequenas empresas e 51.697 microempreendedores individuais também serão beneficiados.

“A gente vai apoiar tanto os estabelecimentos do setor da alimentação, de alojamento, quanto os trabalhadores que perderam empregos. Além disso, mulheres chefes de família em situação de extrema pobreza e que tenham três ou mais filhos serão beneficiadas com valor individualmente de R$ 400,00 em duas parcelas. E R$ 1 mil para os estabelecimentos em cada um dos meses, também em dois meses”, disse o governador. 

Governador destaca quatro pontos de enfrentamento da pandemia em comitê nacional da Covid-19

Leite participou hoje da primeira reunião do Comitê Gestor de Enfrentamento da Pandemia da Covid-19. A criação do comitê, com parceria do Congresso Nacional, foi divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na quarta (24), 

O encontro contou com a presença de governadores de todo o país. A reunião ocorreu de forma virtual e foi dirigida pelo presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, responsável pela interlocução dos governadores com a Presidência da República e o Ministério da Saúde.

O governador apontou quatro pontos que o governo federal precisa tratar como prioridade no combate à pandemia. Leite iniciou sua fala pedindo articulação internacional para que o Brasil seja priorizado em relação à vacinação. Após, solicitou o financiamento de novos leitos de UTI e de medicamentos necessários para o chamado kit intubação. Também pediu a revisão de um auxílio emergencial e autonomia para realizar ações de distanciamento controlado.

“Primeiro, a articulação internacional para que o Brasil seja priorizado na vacinação. Segundo, a questão dos leitos, com financiamento garantido pelo Ministério da Saúde, e a articulação pelos medicamentos fundamentais do kit entubação, que é a crise iminente que temos. Terceiro, o auxílio emergencial que precisa ter valor adequado, mas, também é importante destacar, com as devidas ações de responsabilidade fiscal. Precisam ser medidas mitigadoras para não disparar o dólar, não disparar a inflação e não aumentar juros, fazendo o povo pagar o preço de outro lado. Por isso, o Congresso precisa liderar também as medidas mitigadoras de pressão fiscal que esses auxílios acabam causando. Por fim, em quarto lugar, precisamos ter uma articulação na questão do distanciamento. É importante que deixe de haver confronto por parte do presidente e possamos ter então a condição de articular distanciamento de forma adequada no país”, disse Leite.

O governador ainda criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro e relatou dificuldade para dialogar com a União em relação à pandemia. 

“Isso dificulta muito o trabalho, porque somos todos governadores que estamos nos esforçando para nos articularmos aqui, mas estamos todos em um mesmo nível hierárquico, e presidente é um, e somos 27, então ele deveria estar liderando esse processo. Mas não só se omite como lidera na direção contrária, e enfrenta, confronta, e nos faz despender enorme energia não só pelos ataques que sofremos, mas pelas mentiras que temos que desmentir”, indicou Leite.

Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

Compartilhe essa notícia: