| Alice Ros |

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) identificou, em novo boletim genômico divulgado nesta semana, que o Rio Grande do Sul tem mais de 12 linhagens diferentes de coronavírus. 

A linhagem mais frequente no território brasileiro é B.1.1.33. Logo após, está a linhagem B.1.1.28. Entre as mutações mais presentes, estã  K417N, E484K e N501Y.

O boletim apresenta os resultados do sequenciamento genético de 220 genomas do coronavírus. As amostras foram coletadas entre 09 de março de 2020 e 07 de janeiro e 2021 em exames RTP-CR de moradores de 53 municípios gaúchos. Os resultados partiram do sequenciamento genético de 220 genomas do coronavírus. 

A maioria dos exames foi realizada pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) e pelo Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Feevale, com envio para a Rede Genômica da Fiocruz e ao Laboratório Nacional de Computação Científica.

De acordo com Tatiana Schäffer Gregianini, bióloga responsável pelo diagnóstico de Covid-19 no Lacen-RS, o Rio Grande do Sul é o terceiro estado brasileiro que mais realiza amostras sequenciadas, atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro.

“Nós somos o terceiro estado em número de amostras sequenciadas. Na frente do Rio Grande do Sul, tem São Paulo e Rio de Janeiro com o maior número de genomas sequenciados. Então 220 genomas, para a proporção de estados do país, é um número bastante bom”, explicou, em entrevista ao Portal RDC (04).

Embora admita que o número de amostras não é o ideal, Tatiana disse que as análises foram eficazes para garantir o acompanhamento do vírus desde o primeiro caso diagnosticado no Estado, em março de 2020. “Com esse número de sequências, desde março, nós conhecemos quais foram as primeiras variantes, quais foram as regiões. Esse é o propósito de se fazer uma sequência genômica”, completou.

Os dados sobre a distribuição das linhagens serão utilizados para o acompanhamento da doença e o desenvolvimento de vacinas, além da identificação de fatores de transmissão e das variações no quadro clínico dos pacientes.

A bióloga também afirmou que as novas variantes em circulação não atingem a eficácia das vacinas. “A eficácia da vacina está mantida”.

“Mensalmente, são enviadas amostras para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) como rotina. Quando chegou o coronavírus, essa rotina também foi mantida. No começo da pandemia, a gente enviava em torno de 10 amostras mensais. Com o crescimento da pandemia em todos os estados, esse número aumentou bastante. Hoje em dia, a gente manda de 30 a 40 amostras mensais para a Fiocruz, tentando separar amostras representativas de estado, das secretarias, da fronteira”, explicou.

O boletim informou que o Estado não tem a linhagem P.1., que atinge os Estados do norte do Brasil.

Foto: REUTERS/Michael Weber

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