A ideia do livro surgiu após a autora ter sido procurada por uma das mães que perdeu seu filho no incêndio | Foto: Divulgação / Editora Intrínseca

A jornalista e escritora Daniela Arbex acaba de lançar o livro “Longe do Ninho”, trazendo revelações inéditas sobre a madrugada do dia 8 de fevereiro de 2019, quando ocorreu o incêndio que vitimou 10 atletas adolescentes alojados em contêineres no Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, mais conhecido como Ninho do Urubu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Com a primeira audiência tendo ocorrido apenas em agosto do ano passado, o incêndio que matou jovens com idades entre 14 e anos, segue com processo criminal na justiça.

Em entrevista concedida à TV Brasil na terça-feira (6), um dia após o lançamento do livro, a escritora disse que não escreve sobre tragédias “e sim sobre omissões que causam tragédias”.

A ideia do livro surgiu quando Arbex foi procurada por uma mãe que perdeu o filho no incêndio. Após dois anos reunindo depoimentos e investigando o caso, a escritora narra de forma comovente o dia a dia dos meninos, a amizade entre eles, o luto infinito dos pais e, sobretudo, o rol de negligências que culminaram na morte de 10 inocentes.

Uma das revelações inéditas trazidas no livro é o fato de que os meninos do ninho não morreram dormindo, como pensava a maioria dos pais.

Daniela Arbez traçou uma linha do tempo apavorante em que enfileira várias fiscalizações do Ministério Público no CT do Ninho do Urubu a partir de 2012, nas quais são apontadas diversas necessidades de melhoria em relação ao atendimento oferecido aos atletas da base.

Daniela traz também que o juiz Marcelo Laguna Duque Estrada (titular da 36ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio), disse tudo que precisava ser dito sobre o incêndio no CT do Flamengo ao acolher a denúncia do MP-RJ.

“Ele fala em autorias colaterais, que o incêndio no ar condicionado foi a ponta do iceberg. Houve várias omissões anteriores que culminaram naquela madrugada trágica. Uma delas é que o Ninho do Urubu sequer deveria estar funcionando; ele fala que aquele contêiner era uma arapuca mortal”.

Entre as reflexões trazidas pela autora está o cuidado com a saúde mental de adolescentes que iniciam muito cedo a carreira de atleta.

De acordo com Daniela, o Flamengo se recusou a dar qualquer depoimento para o livro. Arbex visitou o museu do clube da Gávea e diz ter se surpreendido ao não encontrar nenhum registro em menção aos garotos do ninho.

“Ele fala em autorias colaterais, que o incêndio no ar condicionado foi a ponta do iceberg. Houve várias omissões anteriores que culminaram naquela madrugada trágica. Uma delas é que o Ninho do Urubu sequer deveria estar funcionando; ele fala que aquele contêiner era uma arapuca mortal”.

 

Informações obtidas através da Agência Brasil. 

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