| Lívia Rossa |

Se para alguns a máscara no rosto incomoda pelo fato de tapar a respiração, para outros, ela é um grande problema de comunicação. É o caso da comunidade surda, que se utiliza não só da sinalização baseada na Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), mas também na expressão facial das pessoas.

A adaptação não está sendo fácil pois provoca um problema entre surdos e ouvintes. Quando estão no próprio meio, surdos não encontram grandes dificuldades de conversar entre si, já que são acostumados a sinalizar mais com as mãos. Na hora de se comunicar com pessoas que podem escutar, no entanto, a questão muda um pouco de figura.

É o que afirma a professora da LIBRAS da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Andreia Didó. De acordo com ela, o contato costuma ser realizado com o manuseio dos sinais, mas a expressão facial é um grande suporte e somente o olhar não dá conta de transmitir uma mensagem inteira para quem está conversando.

Em relação ao uso contínuo das máscaras pela comunidade surda, a educadora, que está longe das salas de aulas por conta das determinações impostas em função do novo coronavírus, não tem como afirmar se a máscara sendo utilizada com mais ou menos afinco. Acredita, todavia, que a comunicação está mais difícil e, embora hajam modelos com transparência na região da boca, o protótipo ainda não é maioria entre a comunidade.

A secretária Rafaella Parlatto é surda e assegura o impasse no uso das máscaras. Ela afirma que os surdos, acostumados com os sinais, já se conhecem bem dentro da comunidade e conseguem manter a comunicação somente com a sinalização (usando máscara). Rafaella não percebe falta de uso entre a comunidade.

Crédito foto: Unsplash/Vera Dadidova/RDCTV

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