O Ministério Público concedeu coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (20), a respeito das investigações de desvio financeiro na gestão Vitório Piffero no Internacional. O MP ainda apura o caso, que está em fase ostensiva.

As investigações começaram a partir de denúncias feitas pelo próprio Conselho do Inter. Segundo o MP, o órgão recebeu informações que diversas pessoas estavam envolvidas em fraudes referentes ao clube.

“Nós podemos dizer que aquela gestão do Internacional (2015-2016) foi praticamente uma organização criminosa”, diz o procurador Marcelo Dornelles. O esquema envolve setores financeiro, patrimonial, jurídico e esportivo, segundo o MP que explica que o caso é tratado como lavagem de dinheiro.

Cerca de 10 milhões de reais em espécie foram retirados do clube, normalmente, oriundos das bilheterias e encaminhados para conta do diretor financeiro ou para a própria empresa. As investigações identificaram que as transações eram feitas no mesmo dia e que foram realizadas diversas vezes, de acordo com o Dornelles.

Flavio Duarte, coordenador do GAECO, afirma que 94% das notas fiscais do Inter não correspondiam a nenhum de serviços. “E as poucas notas fiscais que correspondiam por serviços eram superfaturadas”, afirmou.

Dornelles explica que a estratégia do esquema mudou, após um alerta do Conselho do clube, e passou a ter um modelo de triangulação própria da lavagem de dinheiro. Eram criadas despesas com obras, que nunca existiram, e utilizam notas fiscais de empresas inativas para contabilizar os gastos.

Nesse processo estavam envolvidos os setores financeiro e patrimonial, que aprovava as despesas. No âmbito jurídico do clube, em alguns casos, eram feitos acordos envolvendo ações trabalhistas em que o advogado vice-presidente do Inter recebia parte dos valores destinados aos jogadores.

A operação está sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que segundo o procurador é mais preparado para o caso.
“Dada a importância social que o Esporte Clube Internacional tem, no cenário brasileiro e gaúcho, nós optamos que a investigação ficasse no âmbito do MP”, explica o procurador de justiça Fabiano Dallazen.

 

Foto: Guilherme Paaz/ RDC TV

Compartilhe essa notícia: