| Lívia Rossa |

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou levantamento com estatísticas baseadas nas Ocorrências de Crimes Consumados no Rio Grande do Sul. No mês de abril, o número de estelionatos apresentou aumento neste ano, com 2910 casos. No mesmo período do ano passado, foram registradas 2142 ocorrências.

Por meio dos dados, não é possível diferenciar que tipo de estelionato é mais recorrente. Contudo, o delegado da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos (DRCI) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) André Lobo diz que a Organização percebeu aumento dos crimes virtuais em função da pandemia da Covid-19.
“Agora as pessoas, que acabam sendo vítimas, estão mais em casa. Ironicamente, os criminosos também e isso ocasiona o crescimento de crimes virtuais”, afirma.

Segundo Lobo, a maior incidência de golpes virtuais está relacionada à clonagem de WhatsApp e a leilões falsos na internet. O público, conforme o delegado, é bastante variado, com exceção do chamado “golpe dos nudes” no qual geralmente homens de meia idade são vítimas.

O golpe consiste no contato das vítimas com uma suposta mulher que manda fotos íntimas aos homens e, depois de receber os chamados “nudes” de volta, começa a ameaçar e difamar a pessoa, inclusive por pedofilia. Depois, um policial fictício conversa com a vítima e pede dinheiro para retirar a queixa.

O delegado afirma que os golpes cibernéticos são rastreáveis porque os bandidos geralmente deixam traços do crime, como telefone, endereço de IP dos dispositivos ou conta bancária. Ele diz que não há medidas preventivas para combater os estelionatários, já que os casos passam a ser investigados de acordo com a frequência em que ocorrem.

Lobo destaca, no entanto, que a mídia tem papel fundamental para conscientizar as pessoas, principalmente em meio à pandemia, a fim de que se evite mais golpes. O agente também reitera a importância de as pessoas ficarem em alerta no caso de suspeitas, principalmente no caso de diálogos estranhos em aplicativos de conversa.

“Eu sempre comento que na internet se deve desconfiar do que está recebendo, onde está acessando e com quem a gente está falando”, afirma o delegado. No caso das compras online, Lobo destaca a importância de prestar a atenção na entrada e saída do dinheiro na conta bancária.

Crédito foto: Unsplash/Markus Spirke/ RDCTV

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