| Gabriela Porto Alegre |

A ocupação das unidades de tratamento intensivo (UTIs) destinadas a pacientes com covid-19 voltaram a subir em Porto Alegre. De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), até o início da tarde desta sexta-feira (26), a lotação dos hospitais da Capital já ultrapassava 97,87% e pelo menos 430 pacientes estavam em estado grave em decorrência da doença.

Entre casos de pacientes com suspeita, confirmação e/ou com necessidade de internação em UTI, o número já chegava a 604 somente em Porto Alegre. Esse foi o maior recorde registrado desde que a pandemia do novo coronavírus se instalou em solo gaúcho.

Assim como na Capital, no Rio Grande do Sul o ritmo de internações graves segue o mesmo ritmo. Em um dia, a taxa de ocupação passou de 90,7% para 93,1%. Ou seja, dos 2.731 leitos disponíveis em todo o Estado, pelo menos 2.551 se encontravam ocupados até às 15h.  Na região dos Vales, que compreende 36 hospitais, a taxa de ocupação chegou a 111.7% – isto é, 162 pacientes para 145 leitos. Na região da Serra, que conta com 27 hospitais, a ocupação das UTIs também ultrapassou o limite: 100.7%. Eram 306 pacientes para 304 leitos intensivos disponíveis.

Com o objetivo de frear a disseminação da covid-19 e o crescente aumento nas internações hospitalares graves, o governador Eduardo Leite decidiu ontem (25) colocar todas as regiões do Estado em bandeira preta. Além disso, o sistema de cogestão do distanciamento controlado também foi suspenso por uma semana, a fim de brecar a transmissão do vírus.

Em reunião com os prefeitos também na tarde de ontem, a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann, suplicou a compreensão da sociedade gaúcha, uma vez que o sistema de saúde está colapsando. “Não haverá leitos suficientes para atender a demanda que é crescente. O aumento é muito maior do que qualquer possibilidade de atendimento”, explicou. “60% dos pacientes que chegam as UTIs estão indo a óbito. E hoje esse número está aumentado, sem considerar que muitos não chegarão aos leitos de UTI porque nós não teremos leitos suficientes”.

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