Na manhã de hoje (13), a Polícia Federal deflagrou a Operação Fauda, para combater uma organização criminosa especializada na prática de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, contrabando e descaminho, com suspeitas de envolvimento com grupos da região metropolitana do Rio Grande do Sul e de São Paulo. 

Foram cumpridos mandados de prisão e sete de busca e apreensão, além de sequestros de bens e de valores. 

Conforme as investigações, há indícios do envolvimento dos membros da organização com práticas criminosas desde 2009, com, ao menos, 20 inquéritos indicando a participação em delitos transfronteiriços. Somente no último ano, foram 4 prisões em flagrante realizadas a partir do monitoramento de membros do grupo.

Os investigados mantêm atividade voltada ao comércio de sucatas. As primeiras apurações focam justamente o contrabando de lixo e de resíduos, prática essa que sempre capitaneou as atividades do grupo. Com o passar dos anos e a expertise adquirida na logística de transportes da fronteira, os envolvidos passaram a abarcar as operações de diversos outros delitos cometidos, especialmente o contrabando e o descaminho de mercadorias.

Depois de localizar os operadores financeiros do mercado de câmbio informal da fronteira, a Polícia Federal passou a rastrear os movimentos econômicos da organização, identificando que as empresas e os membros do grupo passaram a operacionalizar toda a engrenagem financeira necessária para o cometimento dos delitos investigados, inclusive, pela remessa de valores ao exterior e pelas operações de câmbio.

Nos últimos 5 anos, o grupo movimentou cerca de 91 milhões de reais em recursos potencialmente ilícitos, dos quais, ao menos 39 milhões foram evadidos – possivelmente para o pagamento de mercadorias e fornecedores no exterior.

A apuração demonstrou que a organização passou a centralizar todas as etapas do processo criminoso, envolvendo a operação logística e financeira. Dada a capacidade operacional, foi identificada a atuação em cooperação com outros grupos criminosos, especialmente da região metropolitana do Rio Grande do Sul e de São Paulo, funcionando como braço logístico dessas outras organizações.

O principal membro do grupo, suspeito de ser o líder da organização, com o passar dos anos, promoveu a blindagem de seu patrimônio, com a transferência de bens e veículos a terceiros e com o investimento em empreendimentos e eventos esportivos na região. A dinâmica estabelecida buscou distanciar o líder da organização das atividades criminosas praticadas, dando aparência de licitude ao patrimônio ostentado pelo investigado. Todavia, a própria formatação da organização, formada a partir dos membros da família do principal investigado, acabou vinculando-o aos delitos mapeados.

Foto: Polícia Federal / Divulgação

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