O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi encaminhado na manhã de hoje (22) à Delegacia Fazendária do Rio e preso. A ação foi conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Além dele, foram presos o empresário Rafael Alves, o delegado aposentado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, e os empresários Adenor Gonçalves dos Santos e Cristiano Stockler Campos, da área de seguros.
A ação faz parte da Operação Hades, que investiga um suposto ‘QG da Propina’ na Prefeitura do Rio. Os mandados são cumpridos pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) da Polícia Civil e do Grupo de Atribuição Originária Criminal da Procuradoria-Geral de Justiça (Gaocrim), do MPRJ. A decisão é da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita.
O ex-senador Eduardo Lopes também é alvo da operação. Contudo, ele não foi encontrado em sua casa no Rio. Lopes teria se mudado para Belém e deverá se apresentar à polícia. Ele foi senador do Rio pelo Republicanos, ao herdar o cargo de Crivella, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento do governador afastado Wilson Witzel.
Crivella chegou à Cidade da Polícia, na Zona Norte, por volta das 6h30. Em declarações feitas à imprensa, antes de entrar na Delegacia Fazendária, o prefeito se disse vítima de perseguição política, afirmou que, em seu governo, combateu a corrupção e afirmou querer justiça. “Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, disse Crivella.
A prisão de Crivella acontece nove dias antes de terminar o seu mandato. Como o vice-prefeito dele, Fernando McDowell, faleceu em maio de 2018, quem assume a prefeitura enquanto o prefeito estiver preso é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM).
Todos os presos vão passar por uma audiência de custódia às 15h, no Tribunal de Justiça, para que a legalidade do procedimento seja avaliada, segundo decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil