O presidente da Assembleia Legislativa, Luís Augusto Lara (PTB), e seu irmão, o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, são réus no Tribunal Regional Eleitoral, acusados de abuso de poder político e econômico na campanha para a eleição de Luís Augusto como deputado estadual, em 2018.

De acordo com a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, os dois utilizaram a estrutura da Prefeitura de Bagé com o intuito de fazer campana para o deputado e também depreciar o principal oponente dele na região, o petista Luiz Fernando Mainardi.

Entre as acusações estão a de impor a servidores públicos do município que realizassem atos de campanha. O prefeito Divaldo Lara é acusado ainda de ter adianta uma parcela do 13º salário do funcionalismo com desvio de finalidade. O dinheiro deveria ser usado na compra de ingresso para o “Jantar da Vitória”, evento que arrecadou fundos para a campanha e tinha a entrada no valor de R$250.

Segundo o Ministério Público Federal, os servidores foram coagidos a contribuir financeiramente com a campanha. Ainda de acordo com a investigação, a folha ponto dos funcionários teria sido manipulada durante o período de campanha eleitoral, o que caracteriza, no entendimento da Procuradoria, abuso de poder por desvio de finalidade na concessão de férias e na alteração do livro ponto.

Na denúncia, o MPF entende que as condutas são graves o suficiente para que o deputado e o prefeitos sejam cassados e fiquem inelegíveis por oito anos.

O deputado Luís Augusto Lara se manifestou por meio de nota, publicada no site da Assembleia Legislativa, veja o texto na íntegra:

“Em momento algum fui ouvido ou convidado a me manifestar em juízo. Pela primeira vez terei a oportunidade de defesa sobre esses fatos caluniosos e de injúria que ligam a minha candidatura a esse enredo fantasioso. Vou apresentar judicialmente as provas de que não houve nenhuma irregularidade e buscarei o meu direito pelo dano moral.

Respeito as investigações e o devido processo legal, mas a judicialização da política se tornou estratégia de alguns partidos. Em função de interesses políticos locais, essa representação, apresentada inicialmente pelo Psol ao Ministério Público Eleitoral, tenta construir um desgaste à minha trajetória. Tenho uma vida limpa. Em mais de 25 anos de vida pública, sendo secretário de Estado por três ocasiões, nunca sofri qualquer apontamento ou condenação. A verdade será exposta e os fatos esclarecidos.”

 

Foto: Vinícius Reis/ Assembleia Legislativa

 

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