| Lívia Rossa |

Um dos setores mais dependentes do fluxo de pessoas na cidade de Porto Alegre é o hoteleiro. Os estabelecimentos não foram afetados pelos decretos que implicavam em fechamento, mas tiveram movimento reduzido em 70%, atuando com cerca de 15% da capacidade de ocupação em relação à demanda de um ano normal.

As limitações não pararam por aí já que, mesmo podendo continuar atendendo aos clientes, atividades relacionadas ao setor de alimentação dentro dos hotéis foi interrompido ou transformado em serviço de quarto.

O presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (SHPOA), Carlos Henrique Schmidt, diz que o fluxo de hóspedes se manteve, em função, principalmente, do setor aéreo. Os desembarques do Aeroporto Salgado Filho seguraram grande parte do movimento nos hotéis de Porto Alegre.

No entanto, não foi o suficiente para sustentar os custos. “Eles vêm pela via aérea e apenas 5% dos vôos permaneceram normais. Com isso, não precisa dizer muita coisa”, afirmou Schmidt. Além disso, quem ocupa hoje o setor hoteleiro são clientes com necessidades iminentes de hospedagem e que já chegam em Porto Alegre por motivos específicos. Nesse sentido, Schmidt pensa que o turismo é totalmente afetado:

“A situação é perversa porque bandeiras vermelhas são colocadas, o comércio é fechado e, o pouco que tinha para os turistas, acabou. Quem é que vai vir para Porto Alegre? Não tem onde circular”, comentou.

As consequências dos últimos quatro meses foram refletidas em fechamentos no setor hoteleiro. Enquanto a bandeira permanecer vermelha, a expectativa é de que os negócios sigam sendo um desafio para os empresários e empreendedores.

“Uma quantidade expressiva não irá reabrir por decisão dos proprietários. É uma situação muito triste”, disse o presidente do sindicato e acrescentou: “Com a bandeira vermelha [os hotéis] não podem ocupar mais de 40% da ocupação da sua totalidade de apartamentos”, disse Schmidt.

O presidente do SHPOA também atribuiu a desorganização das atividades em Porto Alegre à “falta de sensibilidade dos nossos governantes”, já que, ao abrir e fechar estabelecimentos por meio de decretos, acredita que “a população que perde seus empregos e os empresários perdem seus negócios”.

Sobre a atribuição da permanência da bandeira vermelha na capital, o sindicalista acredita que o inverno provoque, anualmente, o esgotamento da capacidade das Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e que “não há novidade” nos dados de aumento do número de ocupações.

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