O Simers (Sindicato Médico do RS) recebeu denúncia nesta quinta-feira (29/11) de falta de medicamentos, materiais, roupas e alimentos no centro obstétrico do Hospital Universitário de Canoas (HU).  A situação foi relatada por médicos que trabalham na instituição de saúde, administrada pelo Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp).

Segundo o Simers, os medicamentos que faltam para o atendimento dos pacientes ficam por conta de Misoprostol (em falta há duas semanas), vaselina, Escopolamina, Dimeticona, Tylex, soro glico-fisio, assim como seringas, sulfato ferroso, e fio Vicryl, destinado a suturas.  Além disso, o hospital está com falta de alimentos, roupas e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como avental plástico e mangas plásticas.

Outro problema enfrentado é a superlotação da UTI neonatal, que resulta na transferência de pacientes em risco de parto prematuro, entre outros quadros graves. Além disso, há o bloqueio da agenda dos médicos fez com que pacientes internadas não passassem pela avaliação com especialistas.

Diante do quadro, o Simers acionou a prefeitura de Canoas, que é a contratante do serviço prestado pelo Gamp e tem o dever de exigir que o contrato seja cumprido, repassando a lista de suprimentos que estão em falta. A medida foi necessária porque o sindicato não consegue interlocução com o gestor do hospital, que tem se mostrado indiferente ao quadro existente na instituição de saúde.

“Com toda a crise que já existe na saúde em Canoas, com os demais hospitais do Município (Hospital de Pronto Socorro de Canoas e Hospital Nossa Senhora das Graças), que enfrentam dificuldades para atender a população, a restrição dos atendimentos no centro obstétrico do HU, causado pelo desabastecimento, deve ampliar o caos existente. Precisamos de medidas imediatas”, destaca a diretora do Simers Clarissa Bassin.

Descaso com pacientes e profissionais

A consternação dos profissionais do HU é absoluta. Eles pedem providências urgentes, pois os salários estão atrasados há 20 dias, sem perspectiva de pagamento. Para agravar as dificuldades, o 13º salário também não foi pago. “Não nos sentimos seguros com tanta desinformação e tanto descaso com os pacientes e com o corpo clinico do hospital”, desabafou um dos médicos que atuam no local.

A responsabilização do Governo do Estado pela falta de repasses de valores para o hospital não encontra eco entre os médicos. “Somos funcionários do HU e quem assina nossa carteira é o Gamp, e não a prefeitura de Canoas ou o Governo do Estado. Sendo assim, não dependemos de repasses para receber nosso salário”, exigem os profissionais.

 

Fonte: Assessoria Simers

Foto: Reprodução/divulgação

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