O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, visitou a 44ª Expointer, segunda-feira à tarde, e concedeu entrevista à jornalista Carolina Aguaidas no estúdio da RDC TV. A coluna reproduz um trecho.

Carolina:

Como o senhor vê a situação política do Rio Grande do Sul?

Vice-presidente:

Vejo uma situação muito tranquila. O governador Eduardo Leite soube fazer uma composição eficiente na Assembleia Legislativa. Teve a coragem moral de enfrentar o que tinha de ser enfrentado para as reformas necessárias. O Rio Grande do Sul tem um grande déficit público, que é um problema sério, e o governador vem conseguindo superar os problemas dentro do possível. Estou acompanhando a distância. Os candidatos para o próximo ano ainda estão se posicionando. Este é um filme que a gente ainda tem de aguardar para ver.

 Carolina: Suas pretensões sobre as eleições?

Vice-presidente: Por enquanto, estou naquilo que se chama dispositivo de expectativa. Eu aguardo a decisão do presidente. Se ele vai querer que eu o acompanhe no processo de reeleição, porque ele é candidato. Caso contrário, eu ainda não sei se continuo na vida política e se me candidato a uma cadeira no Senado. As propostas são não só do Rio Grande do Sul. Há também do Rio de Janeiro. Então, tenho que olhar onde o vento está mais favorável.

Carolina:

E sobre sua relação com o presidente Bolsonaro? O senhor mantém a postura de permanecer até o final do mandato?

Vice-presidente:

Eu tenho uma responsabilidade com os nossos eleitores. Quando apertaram o botãozinho na urna, em 2018, meu rosto apareceu também. Eu tenho a certeza absoluta de que muita gente votou na nossa chapa porque também confiava no meu trabalho. Então, eu tenho uma responsabilidade com esses eleitores e, obviamente, a responsabilidade para com o presidente.

Carolina:

O País vive, neste momento, uma situação de conflito entre os poderes. A Farsul, inclusive, lançou uma carta aberta à sociedade sobre o chamado ativismo judicial. O que o senhor vê neste momento e como avalia as manifestações programadas?

Vice-presidente:

É uma questão que deve ser tratada com ponderação e com equilíbrio. Nós temos que mostrar o descontentamento dentro da lei e da ordem com determinadas decisões que foram tomadas pelo Judiciário, que muitas vezes invade a seara do que é responsabilidade do Legislativo ou a própria responsabilidade do Executivo. Então, termina por haver uma perturbação da harmonia que tem de existir. Mas isso tudo pode ser resolvido dentro de um ambiente estável, de um ambiente de legalidade, da legitimidade que todos têm para conversar e tomar as atitudes que forem necessárias. Em relação às manifestações previstas, eu sempre as vejo como de apoio ao nosso governo e em particular à pessoa do presidente Bolsonaro. São feitas por gente ordeira. São famílias que estão nas ruas. Então, não haverá nada que manche o Sete de Setembro.

 

Horizonte tumultuado

A previsão de que as manifestações seriam pacíficas, feita pelo vice Mourão, confirmou-se.

O conflito acirrou-se, porém, com as declarações do presidente Bolsonaro contra o ministro Alexandre Moraes. Se o Poder Legislativo não cumprir o papel de mediador, caberá a pergunta: para que serve?

Há 60 anos

A 8 de setembro de 1961, o Congresso Nacional aprovou a formação do primeiro Conselho de Ministros no sistema parlamentarista. Foram 246 votos favoráveis e 10 contrários. Tancredo Neves assumiu como primeiro-ministro. Entre outros, passaram a integrar o ministério: Ulysses Guimarães (Indústria e Comércio); Moreira Sales (Fazenda); Franco Montoro (Trabalho) e San Thiago Dantas (Exterior).

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