| Lívia Rossa |

José Fortunati (PTB) é candidato à prefeito pela coligação “Porto Alegre somos todos nós”, ao lado do vice André Cecchini (Patriota). O político já foi vereador de Porto Alegre, deputado estadual, deputado federal. Também foi vice-prefeito em e prefeito.  Além disso, atuou como Secretário de Estado da Educação e também como Secretário de Estado de Planejamento.

Confira alguns dos aspectos apresentados durante o programa Cruzando as Conversas, da RDC TV, dessa terça-feira (13).

Crises na saúde motivadas pela Covid-19

Segundo Fortunati, a Covid-19 desencadeou uma série de crises para a cidade de Porto Alegre. O problema da saúde, apontado pelo candidato, trouxe danos não apenas para as pessoas contaminadas, mas também às outras pessoas, que já possuíam algum tipo de comorbidade.

“A crise da Covid-19 trouxe consequências preocupantes para grande parte dos porto-alegrenses, não somente na área da saúde, no que diz respeito à Covid, mas também ao represamento de outras doenças que acabaram não sendo atendidas durante este período porque as pessoas estavam com medo de ir aos hospitais”, afirmou.

Na sequência, Fortunati afirmou que o Sistema Único de Saúde (SUS) precisou se preparar para receber pacientes que perderam planos de saúde privados e “migraram para a saúde pública”, causando uma demanda maior para o SUS.

A Covid também chegou na economia

“Porto Alegre perdeu muito em termos de poder aquisitivo e o desemprego aumentou de forma consistente”, constatou o prefeiturável. Para enfrentar a situação da economia, Fortunati pensa em facilitar o empreendedorismo e aplicar o microcrédito a fim de “fomentar o comércio e os serviços” que, em sua avalição, são “peça fundamental”.

Turismo e tecnologia

Durante entrevista, Fortunati insistiu no retorno do fomento em turismo, tanto o cultural, quanto o ambiental.

Outro fator que o candidato prevê resgatar, se eleito, é o “eixo da tecnologia”. “Temos hoje o pacto alegre coordenado porque três grandes universidades que temos que fomentar para que através das startups possamos voltar a gerar emprego de ponta”, disse.

Educação

Ao tocar no assunto educação, Fortunati disse que “2021 não será um ano fácil”. Para Fortunati, é preciso repensar o ano letivo de forma que não se acentue “o abismo” entre as escolas públicas e as escolas privadas. O candidato acredita que as escolas privadas tenham conseguido atender aos alunos com o ensino online, enquanto na rede municipal, haviam dificuldades básicas como acesso ao próprio aplicativo de ensino.

“Concluo com outro abismo que me parece fundamental. A defasagem entre as escolas públicas e as privadas me aparece em 2020. Porque as escolas privadas conseguiram, ao longo desse período, ter aulas online, e as escolas públicas municipais ficaram sem este acompanhamento apesar do esforço da direção das escolas e dos professores. Em 2021 teremos que repensar o ano letivo de forma muito madura. Com acolhimento dos alunos, dos professores, da comunidade escolar, repensando a forma como iremos tratar o ano letivo”, comentou o prefeiturável.

Em relação à volta às aulas em meio à pandemia, Fortunati se diz temeroso. “É importante voltar, desde que tenhamos protocolos seguros”, afirmou.

Avaliação da condução da pandemia em Porto Alegre

Quando perguntado sobre a opinião a respeito da atual gestão na condução da pandemia, Fortunati afirmou que “não me compete analisar o que está sendo feito porque tem um prefeito eleito. Eu sou concorrente para a próxima gestão”.

Caso eleito, o candidato pretende colocar em prática o projeto de lei Fun-Covid, apresentado pela bancada do PTB na Câmara de Vereadores. “ Queremos recurso para comprarmos as vacinas. Como está fazendo o acesso à vacina para 1 milhão e 500 mil porto-alegrenses”, disse.

Transporte público

Sobre o transporte público, Fortunati disse que é necessário repensar o sistema de ônibus em Porto Alegre, já que ele se encontra “em uma situação muito difícil”.

“Nós temos que pensar em uma fórmula para resolvermos o problema de transporte de ônibus em Porto Alegre. Estamos estudando isso, já achamos exemplo de outras capitais. A ANTP está nos assessorando, a Frente Nacional de Prefeitos. Paris tem um belo modelo. Estamos buscando esses ensinamentos para implementar em Porto Alegre”, afirmou.

Criação de secretarias

“Parte-se do pressuposto de que administrar é reduzir secretarias. Na verdade, não é isso. Precisamos ter áreas específicas para cuidar dos assuntos”, afirmou o candidato.  Sobre a área do turismo, Fortunati afirmou:

“Eu conversava hoje com o Sindicato dos Hotéis e Gastronomia de Porto Alegre. Qual a grande queixa do setor? De que o setor de turismo, que é fundamental para a cidade, foi simplesmente abandonado no último governo. Porque foi abandonado? Porque a secretaria de turismo que existia foi assimilada pela secretaria de desenvolvimento econômico. Virou um pequeno departamento. Vamos criar novas secretarias, sem criar novas estruturas. Essa história simplesmente só de reduzir o número parece muito bonita do ponto de vista propagandista”, disse.

E complementou:

“Precisamos de uma estrutura administrativa que pense a cidade. Para mim, turismo é fundamental. Turismo tem que ter uma vertente. Temos um tripé, Primeiro, Comércio e Serviços. O segundo tripé na economia de Porto Alegre é o turismo. E o terceiro tripé, seria tecnologia da inovação”.

Contas da última administração

Perguntado sobre as contas de sua última administração, que o Ministério Público teria pedido a condenação das contas, o candidato disse que possui “plena convicção que a partir do momento que todos os conselheiros receberem o nosso recurso e analisarem seriamente os dados que nós apresentamos, o Tribunal de Contas vai aprovar as contas”.

De acordo com Fortunatti, existe uma consistência no parecer realizado já que, de acordo com ele, não teria sido levado em consideração dados que ele e seu governo apresentaram na época.

“Dizem que há uma inconsistência financeira porque terminamos o ano de 2016 com R$ 50 milhões no negativo, só que não levam em consideração que em 2016 o atual prefeito fez o possível para que nós não antecipássemos a cobrança do IPTU. Muita gente acabou ficando na dúvida e pagando no último dia 2016. Nós sabemos que contabilmente esses recursos só entraram no primeiro dia de 2017.Nós terminamos com R$ 50 milhões no negativo, mas no primeiro dia útil de 2017, tivemos R$ 132 milhões positivos. Se for levado em consideração o momento que isso foi depositado na conta da prefeitura, temos não um déficit, mas um superavit”, afirmou.

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