A CPI foi encerrada há dois meses. O site do Senado informa o que foi aprovado e agora depende da Câmara dos Deputados: 1) a criação do Livro dos Heróis e Heroínas da Pandemia de Covid-19; 2) a instituição do Dia Nacional em Homenagem às Vítimas; 3) a renomeação da Ordem do Mérito Médico para Ordem do Mérito da Saúde, incluindo outras categorias profissionais entre os agraciados.
São iniciativas meritórias, mas aquém do que seus integrantes anunciaram durante 180 dias. Conclui-se que houve encenação demasiada, incluindo ameaças de prisões, em meio à tragédia.
O que buscam
Quando o Senado retornar do recesso, no próximo ano, o relatório da CPI da Pandemia adormecerá em algum arquivo, suplantado por novos fatos que darão chances para brilhaturas de Suas Excelências nas manchetes e sob a luz das câmeras de TV.
Política e espetáculo
No palco, os candidatos se engalfinham. Na plateia, os eleitores assistem. Institutos que gostam de prever o futuro poderiam tratar também do presente, perguntando: aprovam xingações levadas para o terreno pessoal?
Ficariam mais claros
Ainda sobre pesquisas eleitorais: a divulgação dos resultados sobre candidaturas deveria ser acompanhada de dados adicionais. Exemplos: data de fundação do instituto, localização e nomes dos diretores.
Indispensável
Professores dos cursos de Gestão Pública ensinam e muitos alunos esquecem: o primado da ética só prevalecerá quando toda a sociedade se dispuser a fazer a exigência. Sem ética, a democracia é apenas formal.
Para sair do sufoco
Goiás foi o primeiro Estado a assinar a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Lissauer Vieira, do PSB, articulou a aprovação do projeto e fez questão de acompanhar o governador Ronaldo Caiado, do DEM, ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro, na sexta-feira, para formalizar o ato.
O Rio Grande do Sul está apto a ser o segundo a assinar o acordo que prolongará o tempo para o pagamento da dívida com a União. É a expectativa em Brasília.
Registro comemorado
A Fundação Getúlio Vargas, a 27 de dezembro de 1996, anunciou que, pela primeira vez, após 39 anos, a inflação no Brasil encerrou o ano com índice inferior a 10%. Ficou em 9,2%, confirmando previsão feita seis meses antes pelo ministro da Fazenda, Pedro Malan. A maioria dos economistas acreditava que o percentual só seria obtido em 1997.
Areia movediça
Manchete dos jornais de ontem: “Fake news contra presidenciáveis proliferam nas redes e desafiam Justiça Eleitoral.”
Problema de fácil solução: acredita quem quer.
Efeito da velocidade
Na última semana de dezembro de 1994, a Embratel lançou o serviço experimental de internet comercial no Brasil. Só cinco mil usuários foram escolhidos para os testes. A partir daí, deslanchou. Hoje, 87% dos domicílios no País têm acesso ao serviço.
No começo de 1996, o jornalista Augusto Marzagão escreveu artigo, dizendo ter sido detectada nova doença: a fadiga da informação. Considerava um problema sério, tantos e tão velozes eram os meios de informações existentes, que não permitiam a conferência dos dados.
Não pode parar
Vai começar mais um ano para o Brasileiro Profissão Esperança, que acorda a cada dia para ganhar o seu sustento.
Na medida
Na Suécia, o Parlamento unicameral é composto por 349 deputados. Tem sete partidos políticos: dois de centro-esquerda, dois de centro-direita, um de extrema direita, um de esquerda e mais um de centro. No Brasil, haveria coragem para uma reforma que aplicasse a mesma fórmula? Ou continuaremos com 33 siglas, muitas das quais ninguém sabe nem viu?
Tática se mantém
Com a aproximação do ano eleitoral, a frase voltará a ser usada: “Errar é humano. Culpar outra pessoa é política.” Autor: Hubert Humphrey, senador norte-americano por 12 anos e vice na gestão do presidente Lyndon Johnson, de 1965 a 1969.
Há 80 anos
Jamais a tribuna do Congresso norte-americano havia sido ocupada por governante de outro país. A 27 de dezembro de 1941, a honraria foi concedida ao chanceler britânico Winston Churchill, que veio a Washington para acertar detalhes da atuação conjunta dos dois países na Segunda Guerra Mundial. Horas depois do anúncio, as máquinas impressoras da Folha da Noite, de São Paulo, começaram a rodar com a manchete: Unidas as Democracias.
