| Valter Nagelstein |

É claro que o voto é uma escolha livre, mas o voto é algo tão sério que embora seja fundamental que teu escolhido tenha afinidade com as tuas ideias, ele não pode estar subordinado a caprichos individuais.

Qualquer relacionamento se constitui em cima de afinidades, compromissos e renúncias. A maturidade implica em compreender que as pessoas nunca terão 100% de concordância em todos os assuntos, sendo que o importante é que elas tenham acordo naquilo que é substantivo, no caso da política,  a maior convergência possível

Como agente político, tenho me deparado com o que chamo de eleitor mimado: aquele que deseja que seu político esteja sempre apto a aderir integralmente ao que ele quer, e se assim não for, ele imediatamente, como um menino minado birrento diz: – Nunca mais terás meu voto!

Relações pessoais não se constroem assim, escolhas políticas não podem ser feitas assim tampouco. Se você é um eleitor assim,  reveja sua postura, pois ela é imatura e está longe de ser construtiva.

Lembro por último da parábola da mentira vestida e da verdade nua: julgo ser muito melhor aquele que eventualmente tenha a coragem de ser honesto e apresentar um ponto de vista diferente (desde que vocês não discordem nos valores e princípios fundamentais) do que aquele que esconde as suas posições simplesmente para ganhar teu voto”. Como dizia o padre Antônio Vieira: “prefiro o que me critica, porque me corrige, ao que me bajula, porque me corrompe”.

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