| Valter Nagelstein |
Como um dos focos desta coluna é falar sobre política, às vezes com viés histórico, às vezes com viés informativo e outras com um viés provocativo, outro dia falei sobre um tipo de eleitor que provocativamente chamei de “o eleitor mimado”. Evidentemente que isso gerou reações. Lembrei, então, de uma máxima da política que diz o seguinte: o eleitor sempre tem razão, ou então, nunca discuta com o eleitor.
Do ponto de vista da inteligência emocional que deve presidir o comportamento ideal de um político – como forma de não gerar atrito nem angariar antipatias – talvez esta sim seja a melhor conduta: nunca contrariar o eleitor. Sim, o eleitor brasileiro tem muitas razões para se sentir revoltado e iludido com a maior parte dos políticos. Promessas fáceis, discursos demagógicos e uma memória muito seletiva em relação ao que foi prometido na eleição caracterizam grande parte da classe política e isso alimenta a descrença, a revolta e a imagem negativa compartilhada por um grande número de pessoas acerca da classe da política.
Nesta perspectiva, a vítima é o eleitor que deveria receber um tratamento mais respeitoso, mais honesto e mais digno daqueles que buscam o seu voto para representá-los.
Sim, o eleitor sempre tem razão!