| Alice Ros |

O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas Rosa (PDT), precisou prestar atendimento como médico em uma unidade básica de saúde na noite dessa segunda-feira (01), por falta de profissionais da saúde. A unidade, que fica no bairro Gressler, tem atendimentos noturnos de segunda a quinta-feira.

Em publicação nas redes sociais, Rosa afirmou que diante “da superlotação do sistema e da falta de profissionais, não consegui conter minha paixão e responsabilidade como médico”.

https://www.facebook.com/JarbasdaR/photos/a.3411703605588719/3820872734671802/

“A situação é dramática. Cada dia está pior. Além de prefeito, também sou secretário da Saúde. Ontem, na falta de médicos para atender em plantão no posto de saúde do município, eu e meus colegas médicos tivemos que tomar uma decisão. Entre a decisão de ficar observando como gestor, o que falou mais alto foi meu coração de médico e fui atender”, explicou o prefeito, em entrevista ao Portal RDC.

“Não tem nenhum impedimento legal frente ao Conselho Federal de Medicina. Mas, por precaução, eu fiz um comunicado ao Ministério Público do município e também fiz um trâmite voluntário para o município, para prestar serviços de voluntário”, ressaltou.

Segundo Rosa, Venâncio Aires soma 24 pacientes internados em UTI, quatro pacientes esperando leitos de UTI em emergência, seis esperando leitos clínicos em emergência e dez aguardando leitos clínicos em UPA. De acordo com o gestor, todos precisam de oxigênio.

“Não temos mais nenhum lugar para colocar os pacientes para receber oxigênio”, disse Rosa.

O prefeito também ressaltou que há 20 dias, o município alertou que o número de casos positivos na região tinha crescido 200%. Além disso, Rosa destacou que Venâncio Aires foi o primeiro município gaúcho a decretar lockdown no feriado de Carnaval.

“Fizemos um alerta há 20 dias já alertando para o colapso. Nossos números mostravam um aumento de casos positivos em mais de 200%. Fomos o primeiro município que fez o toque de recolher no Estado antes do Carnaval”, afirmou.

O prefeito já classifica a situação do sistema de saúde como caótica.

“A UPA do Hospital São Sebastião Mártir está em situação caótica. Este é o momento em que cada um de nós tem que se solidarizar e fazer aquilo que está a seu alcance”, ressalta. “Não sabemos mais onde colocar os pacientes. Não temos respiradores e médicos”.

Rosa afirmou, ainda, que os prefeitos da região do Vale do Rio Pardo estudam decretar lockdown novamente.

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