O carnaval voltou ao Complexo Cultural do Porto Seco na noite desta sexta-feira (15). Sem recursos da prefeitura, as escolas de samba decidiram organizar a festa por conta própria, naquele que foi chamado de O Carnaval da Resistência, com muitos protestos contra o Poder Executivo do Município.

O desfile das escolas da série ouro começou às 4 horas da madrugada, mas o atraso e não foi capaz de desanimar o público. A falta de arquibancadas deixou de ser um empecilho e virou uma facilidade para quem quisesse sambar.

Foto: Giovani de Oliveira/ RDC TV

E todo mundo sambou com a Bambas da Orgia. Logo no começo de seu desfile, a escola já tinha conquistado o Porto Seco.

A bateria ainda não havia chegado ao recuo quando parou de tocar e o refrão ecoou. “E o amor não tem cor, liberdade. Cantando Mandela, a voz da igualdade. Em seu centenário, eu rufo o tambor, voa altaneira em seu esplendor.”

Depois, foi a vez da União da Vila do IAPI, com um enredo homenageando Alceu Collares. A apresentação passou por momentos como a Campanha da Legalidade, capitaneada por Leonel Brizola, o trabalhismo, até o amor de Collares pelo Grêmio.

Não faltaram também os protestos contra o governo municipal. No último carro, o ex-governador desfilou, saudando o público do sambódromo.

Foto: Giovani de Oliveira/ RDC TV

Os primeiros raios de sol já iluminavam Porto Alegre quando a Imperatriz Dona Leopoldina entrou na avenida. Com a presença forte das cores da bandeira do Rio Grande do Sul, a escola homenageou o município de Triunfo, cidade natal de Bento Gonçalves.

 

Série prata e convidada abriram a festa

Foto: Giovani de Oliveira/ RDC TV

Antes das escolas do grupo principal desfilarem, quem comandou a festa foram as concorrentes da Série Prata e a convidada,  Academia Samba Puro, que abriu a noite.E se a palavra dele ordem era “Carnaval da Resistência”, a Samba Puro trouxe protesto para avenida. Em uma ala com faixas denunciando a violência contra a mulher, a vereadora Marielle Franco foi lembrada.

Primeira a desfilar pela série prata, a Praiana pintou a avenida de verde e rosa. Como se por 45 minutos, o Complexo Cultural do Porto Seco fosse a Marquês deu Sapucaí, a escola se vestiu de Mangueira para homenagear a campeã do carnaval carioca.

Logo depois veio a Fidalgos e Aristocratas cantando a festa popular que é o carnaval e desfilando samba, frevo e até rock n’ roll na avenida.

E encerrando a série prata, a Realeza levou Palmares ao Porto Seco. O enredo homenageou Dandara, ícone do quilombo e da luta contra a escravidão.

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