A aplicação de inteligência artificial, impressão 3D e Big Data no setor de saúde foi detalhada na quinta edição deste ano dos Seminários de Gestão. Com o tema “Saúde digital e Telemedicina”, o evento reuniu na capital gaúcha referências nacionais, que fizeram projeções de inovações em equipamentos, diagnósticos e tratamentos. Promovida pelo Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre (SINDIHOSPA), Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (FEHOSUL) e Associação dos Hospitais do Rio Grande do Sul (AHRGS), a programação ocorreu na tarde desta quinta-feira (18), no Hotel Continental.

Na abertura, o presidente do SINDIHOSPA, Henri Siegert Chazan, destacou que o acúmulo de conhecimento é o diferencial entre o pensamento linear e os avanços em escala. Citando o conceito dos 6 Ds das tecnologias exponenciais – digitalização, decepção, disrupção, desmonetização, desmaterialização e democratização –, apontou para a inevitável mudança no modelo de negócios. “O anel biométrico, a inteligência artificial e os óculos de realidade virtual já são equipamentos que fazem parte da rotina de hospitais pelo mundo”, observou.

 O pós-humanismo foi o assunto do painel conduzido pelo diretor do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), Jaderson Costa da Costa, que chamou atenção para a importância do diálogo com a neurotecnologia. “Não temos a capacidade de antever as próximas revoluções digitais. A partir do que temos hoje, haverá uma reação em cadeia, fazendo, por exemplo, que o intelecto se torne produtor e produto, o que deixa o resultado imprevisível”, apontou.

Doutor em Ciências Biológicas pela Harvard Medical School, Costa salientou que o indivíduo está sendo substituído – com órgãos artificiais, como marca-passo –, rastreado e quantificado. “Já estamos trabalhando com conceitos de homem híbrido, mente coletiva e o be another body, o projeto de criar a ilusão de estar no corpo do outro.”

O seminário também abordou a telemedicina e a universalização da saúde, tratados pelo doutor e professor da Universidade de São Paulo Chao Lung Wen. “O termo ‘medicina conectada’ é mais apropriado do que telemedicina, porque passaremos cada vez mais a trabalhar a saúde em home care”, explicou.  Para tanto, segundo Chao, os modelos de negócio das instituições deverão atentar-se para os serviços agregados, a atenção integral à saúde, segurança digital, cuidados com o armazena de dados e sistemas de auditoria e gestão de qualidade.

O evento também abordou outros temas, como as soluções digitais em medicina de precisão, a nova lei de proteção de dados e seu impacto na saúde e questões práticas de telemedicina em saúde. O encerramento foi feito pelo secretário de Saúde de Porto Alegre e um dos idealizadores do Telessaúde-RS/UFRGS, Erno Harzheim.

 

Fonte: Critério Comunicação

Foto: Caren Mello

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