Já ouviu falar de luta livre? Ou talvez telecatch, professional wrestling, lucha libre? Independente do nome, possivelmente já teve contato com este esporte sem nem saber. A luta livre é uma mescla de artes marciais com entretenimento. Cada luta é uma história contada pelos dois (ou mais) participantes dela.

Quem sobe no ringue dessa vez é Eduardo Goulart, ou Rusher “The Brazilian Crusher”, como é conhecido dentro das cordas. O porto alegrense de 24 anos fez parte de uma coisa inédita não só para os gaúchos, mas para a América Latina inteira. Ele participou da etapa América Latina da seleção de talentos da WWE, a maior empresa do ramo.

Nos três dias de atividades em Santiago, no Chile, Eduardo passou por uma bateria de testes que iam desde exercícios físicos básicos de condicionamento até como se portar em frente à câmera para dar entrevistas e claro, teve que mostrar se é bom ou não em cima do ringue.

“Além de alguns exercícios muito importantes em ringue que tive que aprender a fazer por lá mesmo, acredito que a lição mais importante foi sorrir”, comenta. Ele relembra que os técnicos e avaliadores ressaltavam o tempo inteiro que a WWE é uma empresa que lida com emoções, se os lutadores, que são a matéria prima do show, não passarem a emoção, nada funciona.

Sobre os testes físicos, Eduardo diz que não houve uma grande diferença do que já conhecia. “Para mim o que era difícil era somente me concentrar em tentar não pensar tanto que era um tryout da WWE, isso me deixava muito tenso”. Este nervosismo foi sentido e comentado pelos avaliadores, que logo acalmaram Eduardo e ele conseguiu fazer tudo certo.

 

O sonho de lutar

Foto: WWE/ Divulgação

Rusher pratica a luta livre desde 2009 e foi em 2013 que ele entrou em contato com a WWE expressando interesse de trabalhar para a empresa, mas na época não obteve resposta. Com o passar do tempo, Eduardo manteve contato com o amigo Adrian Jaoude, brasileiro que trabalha para a WWE desde 2015, e foi Adrian que serviu como ponte para que o porto alegrense pudesse finalmente fazer o teste. “O convite foi feito diretamente pelo presidente de talentos da WWE, Paul Fair. Em seguida ele me mandou uma ficha para preencher e aguardar uma vaga. Foi assim que tudo começou”.

De acordo com o lutador, outra grande vivência deste período foi entrar em contato com outros lutadores com realidades diferente. Ele cita os três brasileiros que atuam na WWE, Taynara Conti, Adrian Jaoude e Cezar Bononi. Os chilenos Limite e Alejandro Saez e o porto-riquenho Ricky Marvin, profissional com carreira de mais de 26 anos no ramo. “Seria totalmente injusto não mencionar o meu colega de quarto Marcos Gomes, gente finíssima que teve que me aguentar fazendo altas babaquices quando fui passar a minha roupa social no hotel, entre outras coisas. Tive a sorte de encontrar pessoas que admiro e outras que conheci e hoje tenho uma amizade muito forte”, comenta.

Ainda sobre as experiências, Eduardo relembra como foi a chegada no Chile. “Quem me conhece sabe que sou um pouco atrapalhado, então quando cheguei no hotel não me avisaram que eu teria colega de quarto. Sem querer acabei acordando o Marcos que já estava no segundo sono, isso era 1h da manhã”.

Embora a possível seleção pela WWE seja a realização de um sonho, Eduardo está tranquilo no aguardo pela resposta. Mesmo que não haja um tempo certo para este retorno, Rusher está de consciência leve por acreditar ter feito tudo que estava em seu alcance. “Nunca precisei pisar ou passar por cima de ninguém para obter o que eu quero. Sinceramente independente do resultado eu já me sinto um vencedor e sinto que dei o meu melhor lá”, declara.

Rusher lutou durante a carreira inteira na South Wrestling Union, a SWU, de Porto Alegre, onde foi campeão inaugural de duplas ao lado de Khan, com quem formava a dupla Total Destruction. Os dois obtiveram um bom reconhecimento entre os fãs da modalidade praticada no Brasil e chegaram a lutar na Argentina.

 

Foto: WWE/ Divulgação

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