A Diabetes tipo 1 é uma doença que já atinge, no mundo, mais de 400 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 20 anos. Como portadora da doença, desde os 12 anos de idade, sei que é possível viver bem com diabetes. A receita é cuidar de nós mesmos.

O principal desafio é controlar a glicemia e manter uma vida saudável. É preciso organizar junto a nossa rotina o cuidado com o tratamento. Medir a glicose e aplicar a insulina, nos horários certos, conforme a orientação médica. Manter o acompanhamento, principalmente, com endocrinologista e nutricionista.

O Brasil é o terceiro país no mundo com mais crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, atrás da Índia e dos Estados Unidos. Arte: Matheus Gomes/RDCTV

 

Pensar que todo diabético terá complicações em decorrência da doença é um mito. É o que afirma Adriana Fornari, uma das endocrinologistas do Instituto da Criança com Diabetes (ICDRS), localizado em Porto Alegre.

“Vários pacientes temem as complicações crônicas, como os problemas nos olhos e nos rins. No início do tratamento, vêm com muitas ideias erradas de que diabetes é sinônimo de ter essas complicações. Essa é uma realidade que a gente (médicos) tem que tentar evitar para que o paciente entenda a importância do tratamento e tenha uma melhor adesão a ele”, conta a médica.

A endocrinologista diz que “esse é o principal medo e é justificável” porque é isso que os médicos buscam evitar. Mas as complicações de fato, são consequências de um Diabetes não controlado e nível de açúcar (glicose) elevado no sangue. Eu em 13 anos de diagnóstico, por exemplo, não tenho nenhum problema em decorrência da doença.

 

No RS são cerca de 710 mil jovens com Diabetes tipo 1 – Arte: Matheus Gomes/RDCTV

 

Outro temor para quem tem a doença, é a hipoglicemia (glicose baixa), nesse caso os sintomas incluem palpitações, tremores, ansiedade e até perda de consciência e, em casos mais graves, convulsão.

“Um paciente com controle adequado evita esses tipos de situação e diminui bastante os riscos de complicações”, esclarece Fornari.

 

Nutrição e Diabetes

A alimentação para quem tem Diabetes, é a mesma que todo mundo deveria ter. Ou seja, uma dieta saudável, equilibrada e rica em nutrientes.

A nutrição é um dos pilares no tratamento do Diabetes, junto com as insulinas e com a prática de exercícios físicos são fundamentais para se ter o controle da doença. Uma das estratégias utilizadas é a contagem de carboidratos (principal fonte de energia para corpo humano).

Contagem de carboidratos é um método utilizado no controle do Diabetes – Foto: Renata Simmi/RDCTV

 

Esse método, muitas vezes, é mal interpretado pelos próprios paciente é o que conta a nutricionista do ICDRS Sandra Muttoni. “Eles acham que, para fazer a contagem de carboidratos, eu posso comer o que eu quiser desde que contabilize os carboidratos e ajuste as doses de insulina, mas não é bem assim”, desmistifica.

“É preciso se basear em uma alimentação saudável e, assim, calcular a quantidade de insulina para cada carboidrato consumido”, completa a nutricionista.

 

Oficina de contagem de carboidratos faz com que pacientes e familiares do ICDRS entendam melhor sobre o método – Foto: Renata Simmi/RDCTV

 

Exercício físico e Diabetes

Qualquer diabético pode praticar exercícios, mas é preciso conversar com o médico responsável pelo tratamento. Pois dependendo da atividade ele fará ajustes na dose de insulina.

Não há restrições para quem se cuida, é o que revela o preparador físico do ICDRS Winston Boff. “O principal é manter a rotina no tratamento e ter o bom controle da doença”, conta.

 

Pacientes do ICDRS podem participar do grupo de atividades físicas – Foto: Renata Simmi/RDCTV

 

“O único fator que a gente se preocupa é que o paciente tem que estar em tratamento, tem que ter a liberação do médico endocrinologista, ter o bom controle e cuidar da alimentação”, explica o preparador físico. “Os únicos riscos são os de hiperglicemia (glicose alta) e hipoglicemia (baixa), que muitas vezes impedem que qualquer a pessoa comece ou finalize o treino tranquilamente”, completa.

É indispensável para conseguir completar qualquer tipo de exercício, controlar a alimentação e antes de cada treino é medir a glicose.

Depois que ser diagnosticada com Diabetes, durante a minha adolescência e início da fase adulta pratiquei alguns esportes. Joguei vôlei, futebol e corria. Em qualquer uma dessas atividades, foi nítido a melhora no meu tratamento e, inclusive, a redução da quantidade de insulina. É claro, em todas elas, sempre mantive o acompanhamento médico.

 

Vencendo o Diabetes

No próximo dia 26, acontece a 21ª Corrida para Vencer o Diabetes. É uma prova colaborativa e para participar basta adquirir a camiseta da corrida, que custa R$20,00. O valor arrecadado nas vendas é revertido para o Instituto da Criança com Diabetes.

Mais informações: http://www.icdrs.org.br/corrida/

 

Foto capa: Renata Simmi/RDCTV

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