A Diabetes tipo 1 é uma doença que já atinge, no mundo, mais de 400 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 20 anos. Como portadora da doença, desde os 12 anos de idade, sei que é possível viver bem com diabetes. A receita é cuidar de nós mesmos.
O principal desafio é controlar a glicemia e manter uma vida saudável. É preciso organizar junto a nossa rotina o cuidado com o tratamento. Medir a glicose e aplicar a insulina, nos horários certos, conforme a orientação médica. Manter o acompanhamento, principalmente, com endocrinologista e nutricionista.
Pensar que todo diabético terá complicações em decorrência da doença é um mito. É o que afirma Adriana Fornari, uma das endocrinologistas do Instituto da Criança com Diabetes (ICDRS), localizado em Porto Alegre.
“Vários pacientes temem as complicações crônicas, como os problemas nos olhos e nos rins. No início do tratamento, vêm com muitas ideias erradas de que diabetes é sinônimo de ter essas complicações. Essa é uma realidade que a gente (médicos) tem que tentar evitar para que o paciente entenda a importância do tratamento e tenha uma melhor adesão a ele”, conta a médica.
A endocrinologista diz que “esse é o principal medo e é justificável” porque é isso que os médicos buscam evitar. Mas as complicações de fato, são consequências de um Diabetes não controlado e nível de açúcar (glicose) elevado no sangue. Eu em 13 anos de diagnóstico, por exemplo, não tenho nenhum problema em decorrência da doença.
Outro temor para quem tem a doença, é a hipoglicemia (glicose baixa), nesse caso os sintomas incluem palpitações, tremores, ansiedade e até perda de consciência e, em casos mais graves, convulsão.
“Um paciente com controle adequado evita esses tipos de situação e diminui bastante os riscos de complicações”, esclarece Fornari.
Nutrição e Diabetes
A alimentação para quem tem Diabetes, é a mesma que todo mundo deveria ter. Ou seja, uma dieta saudável, equilibrada e rica em nutrientes.
A nutrição é um dos pilares no tratamento do Diabetes, junto com as insulinas e com a prática de exercícios físicos são fundamentais para se ter o controle da doença. Uma das estratégias utilizadas é a contagem de carboidratos (principal fonte de energia para corpo humano).
Esse método, muitas vezes, é mal interpretado pelos próprios paciente é o que conta a nutricionista do ICDRS Sandra Muttoni. “Eles acham que, para fazer a contagem de carboidratos, eu posso comer o que eu quiser desde que contabilize os carboidratos e ajuste as doses de insulina, mas não é bem assim”, desmistifica.
“É preciso se basear em uma alimentação saudável e, assim, calcular a quantidade de insulina para cada carboidrato consumido”, completa a nutricionista.
Exercício físico e Diabetes
Qualquer diabético pode praticar exercícios, mas é preciso conversar com o médico responsável pelo tratamento. Pois dependendo da atividade ele fará ajustes na dose de insulina.
Não há restrições para quem se cuida, é o que revela o preparador físico do ICDRS Winston Boff. “O principal é manter a rotina no tratamento e ter o bom controle da doença”, conta.
“O único fator que a gente se preocupa é que o paciente tem que estar em tratamento, tem que ter a liberação do médico endocrinologista, ter o bom controle e cuidar da alimentação”, explica o preparador físico. “Os únicos riscos são os de hiperglicemia (glicose alta) e hipoglicemia (baixa), que muitas vezes impedem que qualquer a pessoa comece ou finalize o treino tranquilamente”, completa.
É indispensável para conseguir completar qualquer tipo de exercício, controlar a alimentação e antes de cada treino é medir a glicose.
Depois que ser diagnosticada com Diabetes, durante a minha adolescência e início da fase adulta pratiquei alguns esportes. Joguei vôlei, futebol e corria. Em qualquer uma dessas atividades, foi nítido a melhora no meu tratamento e, inclusive, a redução da quantidade de insulina. É claro, em todas elas, sempre mantive o acompanhamento médico.
Vencendo o Diabetes
No próximo dia 26, acontece a 21ª Corrida para Vencer o Diabetes. É uma prova colaborativa e para participar basta adquirir a camiseta da corrida, que custa R$20,00. O valor arrecadado nas vendas é revertido para o Instituto da Criança com Diabetes.
Mais informações: http://www.icdrs.org.br/corrida/
Foto capa: Renata Simmi/RDCTV