A recepção do público – que lotou plateia e camarotes do Theatro São Pedro na noite de segunda-feira (9/9) – foi o termômetro do sucesso do filme Legalidade, dirigido pelo diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), Zeca Brito, e que chega às telas de cinema na próxima quinta-feira (12/9).

A cena cultural do RS estava representada na pré-estreia. Artistas, críticos de arte, jornalistas e políticos, muitos dos quais viveram o início da década de 1960 na capital gaúcha ou então conhecem a história por meio da narrativa de parentes e amigos, se emocionaram ao revisitar um passado político nem tão distante.

Até o longa ser levado às telas de cinema foram sete anos de produção, cinco deles dedicados ao trabalho de pesquisa e escrita do roteiro por Brito e Leo Garcia. “O gosto da memória, o gosto do passado, que ficou na garganta de tanta gente. Uma ferida que não cicatrizou, uma sombra. Acho que exibir o filme é poder lançar luz em uma caverna, que tem muitas coisas para nos ensinar”, disse Zeca.

O longa-metragem recupera o movimento popular conhecido como Legalidade, quando o governador Leonel Brizola se encastelou por 14 dias no Palácio Piratini, transformando a sede do governo gaúcho em um centro de resistência para garantir a posse do então vice-presidente João Goulart. A ação se passa em agosto de 1961, quando o então presidente Jânio Quadros renunciou à Presidência e os militares deram início a negociações para impedir a posse do vice.

O personagem de Leonel Brizola é interpretado pelo ator Leonardo Machado, que morreu em 2018, vítima de câncer – Foto: Divulgação

O ator Leonardo Machado, que morreu em setembro de 2018, um mês após sua última participação como apresentador oficial do Festival de Cinema de Gramado, recebeu homenagens no palco de Zeca e da produção do longa. Legalidade foi o último filme de Leonardo.

Sinopse

Legalidade entrelaça um triângulo amoroso fictício com o pano de fundo real da Legalidade – movimento liderado por um então jovem governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, no fim de agosto e início de setembro de 1961 para impedir uma tentativa de golpe militar.

Durante 14 dias, Brizola tenta organizar um movimento de resistência de dentro do Palácio Piratini, conclamando a população pelas ondas da rádio Guaíba. O filme enfoca as narrativas paralelas de dois irmãos disputando a mesma mulher. Fernando Alves Pinto vive o antropólogo e amigo de Brizola, Luis Carlos – rival do irmão jornalista Tonho (José Henrique Ligabue) nas atenções da correspondente internacional do Washington Post Cecília, interpretada por Cleo Pires.

Sessão de cinema
Legalidade entra em cartaz na quinta-feira (12/9), na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim (Casa de Cultura Mario Quintana – Rua dos Andradas, 736, em Porto Alegre), com sessões em dois horários: 14h15 e 19h.
Na sexta (13/9) ocorre debate com Zeca Brito e equipe na sessão das 19h.
Foto: Rafael Varela / Ascom Sedac
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