Rapidez e lentidão
O Senado promete votar hoje, em dois turnos, o projeto de emenda constitucional que adia o 1º turno das eleições para 15 de novembro e o 2º turno para 20 de dezembro. Ninguém duvida da aprovação. Quando chegar à Câmara dos Deputados, começarão as dificuldades. Há um grupo expressivo de parlamentares querendo favores do governo em troca.
Exigências da lei
Se o 2º turno se realizar a 20 de dezembro, a única certeza é de que a posse não ocorrerá a 1º de janeiro. Conhecidos os resultados, vão se iniciar os julgamentos das prestações de contas dos vencedores, que costumam demorar 40 dias. Só depois ocorrerá a diplomação, condição indispensável para as posses. Portanto, os eleitos terão de aguardar até o final de janeiro ou os primeiros dias de fevereiro.
Poder de iludir
O inglês Gilbert Chesterton foi escritor e filósofo, tendo vivido de 1874 a 1936. Tornou-se famoso por frases até hoje lembradas. Uma delas cabe às vésperas de cada eleição brasileira: “O problema de uma parcela considerável da população não consiste em não acreditar em nada. Ao contrário, o problema é que acredita em tudo.”
Quem são os autores
Caso Chesterton tivesse nos visitado nas últimas décadas, acrescentaria: “Se o Brasil não é um sério, como dizem alguns, a certeza é de que as autoridades fazem as grandes piadas.”
Falta de competência
O repertório de piadas é grande. Um exemplo: com o slogan “tem que dar certo”, o governo Sarney lançou o Plano Cruzado. Era uma fórmula mágica de debelar a inflação sem dor e de crescer sem poupança. Extinguiu a memória dos preços pelo congelamento. Terminou onde sabemos.
Outra piada: uma engenhoca chamada Plano Collor, que aplicou confisco brutal para baixar a inflação e também fracassou.
Carimbado
O senador Flávio Bolsonaro passa a ter Rodrigo Roca como seu advogado, o mesmo que defendeu o ex-governador Sérgio Cabral, várias vezes condenado. A escolha poderia recair sobre um profissional menos exposto. A Ordem dos Advogados conta com mais de 100 mil registrados.
Surpreendente
Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro e proprietário da casa onde Fabrício Queiroz foi preso, teve alguns minutos de performance histriônica diante das câmeras de TV. Mostrou perfil de ator e agora enfrentará processo.
Revolução
Documento elaborado pela Organização Internacional do Trabalho, agência das Nações Unidas em parceria com a Eurofund, que abrange a União Européia, aponta: o teletrabalho é agora uma realidade para cerca de quatro em cada dez pessoas nos países da região.
O mesmo estudo cita as principais vantagens: redução do tempo de deslocamento, maior autonomia e equilíbrio entre vida profissional e privada. Para as empresas, maior motivação dos funcionários, mais produtividade, eficiência e redução do espaço do escritório.
Há 25 anos
Na última semana de 1995, o Banco Central alterou a banda cambial, que abriu espaço para desvalorização de 0,6 por cento do real em relação ao dólar. O mínimo passaria a ser de 91 centavos e o máximo 0,99 centavos. Desde março do mesmo ano, vigorava a faixa de 88 centavos a 93 centavos.
Marco histórico
Este mês, a Magna Carta da Inglaterra completa 1805 anos. Lançada em junho de 1215, restringiu poderes dos reis que deveriam respeitar procedimentos legais, estando sujeitos à lei. Deu origem ao constitucionalismo e à noção civilizatória de que ninguém está acima da lei.
Passado tanto tempo, minorias insistem em contrariar os princípios.
Privilégio
A viagem de Abraham Weintraub aos Estados Unidos ressuscitou a expressão “sair à francesa”, que significa ir embora sem se despedir de ninguém e tentando não se fazer notar. Com passaporte diplomático, escapou da proibição da entrada de brasileiros em território norte-americano em função da pandemia. Após desembarcar em Miami, foi publicada sua exoneração do cargo de ministro da Educação.
Mau caminho
A História demonstra aonde chegaram os governantes que adotaram o cacoete de reiteradamente testar os limites institucionais.