Alice Ros
O CPERS/Sindicato definiu como ‘’inaceitável’’ a proposta apresentada pelo governador Eduardo Leite, na terça-feira (11), de retorno gradual das atividades escolares na rede pública e privada.
Segundo o cronograma divulgado em reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental devem voltar ao formato presencial em 31 de agosto. Em seguida, o Ensino Superior retornaria em 14 de setembro, enquanto o Médio e o Técnico em 21 de setembro. Por último, os anos finais do Ensino Fundamental regressariam em 28 de setembro.
Pelo projeto, a volta às aulas ocorrerá apenas em regiões classificadas em bandeira amarela e laranja, o que prejudica ainda mais a aprendizagem dos estudantes, na opinião da vice-presidente do CPERS, Solange Carvalho. “Nem todos os alunos têm acesso à internet, assim como os professores. É uma discriminação entre os que estão em casa e os que estão na escola”, afirmou em entrevista ao Portal RDC (12).
Para a vice-presidente, as instituições de ensino não têm condições de oferecer medidas de higiene contra a Covid-19, nem como realizar o controle do distanciamento social entre a comunidade escolar. “É impossível impedir que as crianças se aglomerem. Elas vão andar juntas, vão ao refeitório juntas”, relatou.
Na visão do sindicato, o retorno das atividades presenciais será possível somente quando a curva de contaminação pelo novo coronavírus for descendente. Além disso, o CPERS acredita que a testagem em massa seja uma alternativa segura para avaliar a retomada.
A FAMURS se mostrou favorável ao posicionamento do sindicato, alertando que é preciso um panorama mais completo da situação dos municípios para projetar a volta às aulas. De acordo com Solange, as negociações com o Estado têm sido conturbadas. “Perderam a mão no controle da pandemia”, alertou.
Em nota publicada no Facebook, o CPERS indica que “o consenso científico, ao contrário das opiniões do governador, não mudou desde o primeiro fechamento das escolas: isolamento social é a única forma de conter o avanço da Covid-19”. Há seis anos, a categoria está sem receber reajuste salarial.