| Lívia Rossa |
Gustavo Paim é candidato à prefeitura pelo Progressistas (PP). É advogado por formação e especialista em gestão pública. Sua vice é Carmen Santos (Avante), fruto de coligação.
Em entrevista para o programa Cruzando as Conversas, desta segunda-feira (5), Paim afirmou que acredita em uma Porto Alegre melhor e que pretende aplicar decisões que não fiquem restritas apenas ao gabinete.
O candidato respondeu questões como a desistência e retomada abrupta de sua candidatura, a relação com o prefeito Nelson Marchezan e ainda falou sobre planos para a cidade, a exemplo de investimento em turismo e diálogo com transporte público.
Desistência que antecedeu candidatura definitiva
Gustavo Paim afirmou que “relações envolvem instabilidades naturais” e que a desistência inicial da candidatura já “foi devidamente aparada”.
De acordo com o candidato, “o importante é a chegada e não a largada”, e aposta em candidatura com o perfil que considera ideal para tirar Porto Alegre da crise.
Ele alega que a parceria com a vice-candidata à prefeitura, Carmen Santos, causa motivação por conta da “energia, alegria e motivação”.
“Estou muito feliz com nossa chapa e me sinto muito confortável com esta coligação”, reiterou Paim.
Ruptura com Nelson Marchezan
“O prefeito rompeu com a cidade de Porto Alegre”, afirmou o candidato do Progressistas. De acordo com Paim, Nelson Marchezan não se mostrou aberto ao diálogo com setores da sociedade, incluindo a Câmara.
Na opinião de Paim, a mesma dificuldade de conversa com partidos opositores se repetiu com o próprio partido de Marchezan, incluindo ausência de diálogo com o próprio vice-prefeito da chapa.
“O secretariado foi trocado 59 vezes em menos de quatro anos de governo. Isso demonstra a instabilidade [de Marchezan]”, afirmou Paim.
Outra atitude criticada pelo vice-prefeito e atual candidato à prefeitura foram as medidas tomadas por Marchezan durante a pandemia. “A pandemia trouxe instabilidade, mas a ausência de uma liderança instável prejudicou muito e causou um caos social”, disse.
As demais críticas foram direcionadas às questões sociais, abordando o aumento de crianças em situação de rua, e econômicas, exemplificando com o crescimento de placas de “aluga-se” e “vende-se”, além das alterações de decretos.
“Primeiro a Orla podia ficar aberta, depois fechava sob pena de multa; depois, não era obrigatório o uso de máscaras, mas mudou para o uso imposto sob pena de multa; obras públicas podiam funcionar, porém, as privadas, não; o comércio podia abrir a semana inteira, mas não aos domingos”, retomou.
Questionado sobre possível ruptura com atual vice-prefeita, Paim disse que a possibilidade não existe. De acordo com ele, seu perfil é “conciliador” e acrescentou: “nunca tive uma inimizade”.
“Cansei de ser ponte de um rio que já tinha secado”
Ainda retomando o governo ao lado de Nelson Marchezan, Paim disse que foi “até o limite” e que cansou de mediar conflitos.
“Eu fui até o limite [com Marchezan] e cansei de ser uma ponte de um rio que já tinha secado. Eu estava de férias quando o chefe do meu gabinete foi exonerado. O prefeito extinguiu todas as atribuições do vice-prefeito. Eu sou vice-prefeito de Porto Alegre e não do Marchezan. O próprio judiciário disse que o prefeito teria agido com perseguição política contra o vice”, afirmou Paim.
Processo de Impeachment
Perguntado sobre possível cruzada para a derrubada de Nelson Marchezan, Paim afirmou que chegou a reunir líderes em seu gabinete para criar uma estratégia de defesa contra o processo de impeachment nos cinco pedidos anteriores. No entanto, julgou que o prefeito não estava disposto a ter a “lealdade e ajuda” do próprio vice.
Sobre a opinião se o processo irá se concretizar ou não, Paim preferiu se abster, indicando apenas que “isso [aprovação ou não do impeachment] cabe ao judiciário”. Contudo, acrescentou “sendo o sexto processo, não me parece que seja pelas virtudes do prefeito”.
Planos para administração de uma prefeitura endividada
“A situação de Porto Alegre está muito melhor em comparação ao Estado”, disse. Paim afirmou em entrevista que acredita em uma cidade administrável e disse que existe um superávit orçamentário. O desafio, em sua opinião, seria o déficit previdenciário.
Porto Alegre, cidade “amiga do empreendedor”
Paim diz acreditar que precise ser realizado trabalho para tornar Porto Alegre mais favorável ao empreendedorismo. De acordo com o candidato, o primeiro passo seria desburocratizar os entraves para empreendedores. “O poder público precisa parar de atrapalhar”, disse.
Outra solução, segundo Paim, seria acabar com exigência de alvarás para atividades de baixo risco. “Não se pode ter processos que duram décadas sem respostas”, afirmou.
Reavaliação do modelo de transporte público
O candidato acredita que o transporte, da forma atual como se apresenta, não satisfaz nem ao usuário, nem aos concessionários. “Me parece que não está bom para ninguém”, disse.
Como meta de governo, Paim coloca a construção de alternativas por meio do diálogo como peça-chave na integração das linhas de ônibus, na resolução em relação às isenções, entre outros.
Foco em turismo
Gustavo Paim disse que pretende “aproveitar as potencialidades” de Porto Alegre, tornando a cidade mais atrativa turisticamente. Para isso, ele pretende aplicar o “Porto Alegre Stop Over”, uma parada para turistas que tenham como destino, por exemplo, cidades como Gramado.