| Alice Ros |

O candidato a vice-prefeito da capital, Márcio Chagas (PSOL), que concorre junto com a candidata Fernanda Melchionna (PSOL) pela coligação “Porto Alegre Pede Coragem”, concedeu entrevista ao Portal RDC desta terça-feira (13) para apresentar os principais planos para capital gaúcha.

Professor de educação física, ex-árbitro e comentarista de futebol, Chagas propõe equiparar a segurança pública para mudar o que classifica como “duas Porto Alegre na mesma cidade”. Em seu plano de governo, o candidato planeja reabrir abrigos para pessoas em situação de rua e valorizar os serviços prestados pela Carris.

Combate à pandemia

Chagas se manifestou contra o retorno presencial das instituições de ensino. Para o candidato, a retomada das atividades presenciais contraria as medidas de distanciamento controlado e contribui para a transmissão do vírus.

“Não há como retornar. Tenho visitado bastante as escolas com a Fernanda Melchionna. Como tu vais fazer isolamento dentro das escolas se não tem infraestrutura adequada? Enquanto não tiver vacinação, não tem como voltar”, justificou.

O candidato a vice-prefeito também criticou o gasto com publicidade na gestão do atual prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr, investigado por desviar R$ 3,1 milhão em campanhas voltadas para a saúde ao longo da pandemia de Covid-19. Questionado sobre o que mudaria na gestão, Chagas disse que não faria investimento abusivo em publicidade. “A gente sabe que Porto Alegre não é uma cidade exemplar como ele disse que é”, disse.

Nota para azuizinhos

“Daria nota 6. Poderia ser mais pedagógico e educativo, e não punitivo. Um trabalho educativo seria muito mais benéfico do que a aplicação de multas”, estimou Chagas em resposta aos serviços prestado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC).

Na avaliação do candidato, o trabalho da EPTC deve ser direcionado para ações de educação no trânsito.

Pessoas em situação de rua

A chapa de Chagas promete reabrir abrigos que estão fechados. Segundo o candidato, o plano de governo foi elaborado por mais de 500 pessoas e traz opiniões diversas.

“A pandemia escancarou ainda mais a situação da nossa cidade. Vamos retomar alguns abrigos que foram fechados pelo próprio Marchezan e retomar os abrigos em bairros”, afirmou.

Recursos para projetos

“O governo atual prefere taxar o Zezinho, mas não taxa os grandes”, disse Chagas. Para cumprir os projetos previstos, o candidato pretende utilizar a verba cobrada de cerca de 4 mil imóveis que estão inadimplentes na capital.

DMAE

Chagas disse que há um desmonte no Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) e que os funcionários estão desvalorizados. 

“Hoje, o atendimento do DMAE não é um atendimento de qualidade, ele peca bastante e é um serviço caro”, apontou. Para melhorar o custo e a qualidade dos serviços, o candidato aposta em diálogo.

Segurança

“Diferença discrepante”, estimou o candidato sobre a desigualdade em Porto Alegre. Márcio Chagas acredita em um trabalho de parceria com a Brigada Militar e a Guarda Municipal, ressaltando que a Guarda Municipal “deve ser educativa e pedagógica, não violenta”.

Geração de emprego

Chagas disse que a chapa tem uma “preocupação muito grande com pequenos e médios empresários que acabaram falindo”. 

Para impulsionar os negócios, o candidato propõe o pagamento de um auxílio emergencial municipal a partir de janeiro. A ideia, segundo o plano, é “fomentar novamente a geração de empregos em Porto Alegre”.

Educação

“Os professores têm capacidade de trabalhar, mas a infraestrutura é pequena. Se quer ver a condição de infraestrutura de escolas públicas e escolas particulares, comece a ver o banheiro da escola”, estimou.

Mobilidade urbana

O plano de mobilidade urbana de Márcio Chagas e Fernanda Melchionna promete a criação do “Baita App”, um aplicativo público para motoristas, entregadores e taxistas. A iniciativa permitirá que os condutores fiquem com 95% do lucro das corridas. 

Também estão previstas medidas para investir na manutenção de serviços da Carris. Segundo Chagas, o plano prevê a “valorização da Carris, uma das empresas referenciais do país, mas que nos últimos anos foi sucateada”. O candidato também disse que vai “acabar com os cartolas do transporte público”.

Relação com a Câmara dos Vereadores

“O diálogo tem que ser constante. As pessoas votam em prefeito e vereador para que defendam seus ideais”, disse, quando questionado sobre a relação do vice-prefeito e do prefeito com os vereadores.

Novamente, Chagas criticou a posição do prefeito Nelson Marchezan Jr em relação ao anúncio de novos decretos durante a pandemia. “23h vou definir, vamos fazer isso e fim de papo. Tudo tem que ser construído junto com a comunidade. Não contratamos nenhum marqueteiro para trabalhar conosco”, comentou. 

CCs na Prefeitura 

“Uma das nossas ideias é terminar com 70% dos CCs”, propõe o candidato. Segundo a proposta de Chagas e Melchionna, os salários de prefeito e vice-prefeito, caso eleitos, serão equiparados ao “salário de um professor em fim de carreira”.

Compartilhe essa notícia: