| Lívia Rossa |
Valter Nagelstein é candidato pelo Partido Social Democrático (PSD). Foi vereador por três mandatos e também secretário do município duas vezes. Ao seu lado, concorre o vice-prefeito Delegado Diogo, do mesmo partido.
Confira algumas das posições e propostas do candidato, apresentadas durante sabatina no programa Cruzando as Conversas:
Quarto Distrito
Iniciando a abordagem dos bairros da cidade, Nagelstein trouxe a questão do bairro Quarto Distrito.
“Esse bairro qualquer cidade moderna do mundo revitaliza. Nós deixamos isso pronto quando fui secretário de Urbanismo. Já se passaram mais quatro anos e não se conseguiu fazer isso”, disse.
Em seguida, o prefeiturável disse que Porto Alegre já foi uma das capitais mais importantes do país, porém perdeu importância política e econômica.
“Isso tudo são decisões que são tomadas a partir do líder desse processo, que é o prefeito municipal”, completou.
Obras
A respeito das obras necessárias, na visão do candidato ao Paço Municipal, é necessário revitalizar “aquilo que é o cartão postal da cidade”.
Entre a lista citada por Nagelstein, estão obras no entorno da Arena do Grêmio, no Quarto Distrito, no Mercado Público, no entorno da Prefeitura, no Largo Glênio Peres e na Rua da Praia.
Pandemia
De acordo com o candidato, a pandemia da Covid-19 causou fechamento de empresas, aumento do desemprego e provocou insegurança. Nagelstein demonstrou contrariedade em relação às atitudes tomadas pela gestão atual.
“A cidade ficou durante quatro meses fechada. Eu defendi desde o dia 24 de março a necessidade de equilibrar o enfrentamento à doença, com a preparação da estrutura hospitalar, e ao mesmo tempo a manutenção da economia da cidade funcionando”.
Passagens pelas administrações anteriores
Durante sabatina, Nagelstein criticou administrações anteriores, embora já tenha participado. Nesse sentido, o candidato afirmou que é necessário ser “autocrítico das coisas que foram bem feitas e das coisas que não foram bem feitas”.
“Eu, quando tive oportunidade, me encarreguei e bem, me permitam dizer, daquilo que era minha atribuição. Quando fui secretário de Indústria e Comércio me ocupava da pasta”, disse.
Dos feitos realizado, Nagelstein destacou criação “do maior programa de microcrédito produtivo e orientado que essa cidade já teve, o Credimicro”.
O prefeiturável também diz ter trabalhado para o fim do comércio irregular no bairro Centro Histórico, ter realizado convênio com Sindicato Nacional do Gás, além de revitalizar a Feira Modelo e o Mercadão do Produtor.
Por fim, relembrou como uma de suas ações o estímulo aos produtores rurais, com programa de psicultura, e também implantação de centro de beneficiamento do pescado na Vila Nova.
“Fizemos o bolinho de peixe e colocamos na merenda das crianças comprando essa produção dos produtores rurais e garantindo renda para os produtores”, disse, acrescentando, entre outros projetos, “é disso que eu posso falar”.
Discordância das Gestões que Participou
Questionado se estaria defendendo somente os projetos dos quais fez parte e criticando os planos dos quais não participou, Nagelstein disse que o prefeito delega funções para “seus subordinados, os seus secretários e os seus assessores” e que não precisa, necessariamente, concordar com tudo o que é realizado.
“Se me perguntarem, em uma análise ‘macro’, o que vou dizer que este governo que eu participei tirou R$300 milhões do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Demae) para pagar folha de pagamento. Eu concordo com isso? Não concordo. Sou obrigado a silenciar sobre isso e não dizer nada porque participei? Não, e acho até honesto e legítimo que eu diga que não concorde deixando de fazer obras fundamentais como o tratamento de água e estação de tratamento do Belém Novo”, afirmou.
Escola sem partido
Sobre projeto Escola Sem Partido, Nagelstein acredita que “nos últimos 40 anos no Brasil tivemos um processo de tomada hegemônica pela esquerda em alguns setores, da cultura, do jornalismo e do magistério.
O candidato afirma defender valores liberais e conservadores e, por isso, a escola manter “um ambiente neutro” é importante, em sua percepção. “Defendo a livre-iniciativa, a ordem, a lei, o mérito, a liberdade. Sim, sou um candidato à direita hoje no processo eleitoral, talvez o mais à direita dos candidatos”, disse.
Em relação ao ensino escolar, Nagelstein acredita que “A escola deve ser um ambiente onde não se faça doutrinação, onde o ensino seja neutro. Onde a gente possa dar os instrumentos para as crianças e para os jovens poderem crescer na vida, como empreendedorismo e tantas outras questões, mas que a gente não direcione para predileções de um professor. Isso não defendo nem para a direita, nem para a esquerda, mas é um fenômeno que aconteceu durante muito tempo aqui e o que a gente diz e o que prega o projeto é a neutralidade do mestre na ‘sagrada’ tarefa do magistério”.
Educação
De acordo com o candidato, um dos maiores problemas da educação de Porto Alegre é que, dentro as 27 capitais brasileiras, nós estamos em vigésimo quinto lugar no Instituto de Divulgação Educacional Brasileira (Indeb).
“Isso é uma vergonha. Isso é um pacto que eu quero fazer com os professores. Eu não quero uma guerra declarada com os professores porque eu acho que educação se faz através dos professores. Eu identifico que há um fenômeno, que é esse, da ideologização, da ocupação ideológica dos sindicatos e, a partir dos sindicatos, dentro do ensino e dos magistério”, disse.
E complementou:
“As escolas privadas de Porto Alegre vão muito bem. Temos dois mundos: as escolas privadas estão em um nível Europa, Suécia, e as escolas públicas em vigésimo quinto lugar”.
Banco de Talentos
Nagelstein acredita que o banco de talentos seja um ideia interessante que existe na iniciativa privada. Ele sustenta, porém, que o critério deva ser eminentemente técnico e acredita que não houve imparcialidade na gestão atual nesse sentido.
“Acho que o banco de talentos traz iniciativas importantes, como definição de objetivo estratégico, de determinar prazo. Agora, não é verdade que ele foi utilizado nos últimos tempos para que fosse somente um instrumento de avaliação técnica, ele foi muito politizado”, afirmou.