Vão começar os desafios
Faltam 22 dias para os prefeitos de primeira viagem e os reeleitos assumirem. O discurso eleitoral, em que vale quase tudo, ficará para trás. A maioria, como aperitivo, vai constatar: na prática, a teoria é diferente. Muitos se comprometeram em dar fim aos gastos desmedidos, devolvendo equilíbrio às contas públicas sem recorrer à elevação da carga tributária. É tarefa para corajosos.
Onde os problemas são resolvidos
O encaminhamento de soluções para os 14 milhões de desempregados no país terá como cenário os municípios. Os governos estaduais e federal traçam linhas. A execução depende das prefeituras, diante do encolhimento e fechamento de empresas. Será preciso reverter o quadro sombrio. Exigirá a criação de facilidades para investimentos e para produção. Só assim surgirão postos de trabalho.
Descaso
O Senado não consegue resolver mais de um assunto por vez. Agora, dá prioridade à escolha do novo presidente da mesa diretora. Vacina e desemprego ficarão para depois.
Perigo no desfiladeiro
Se o governo abraçar abertamente candidaturas às presidências do Senado e da Câmara dos Deputados correrá riscos. Na hipótese de não ser bem sucedido, pagará preço alto pelo desgaste.
Deixar a luz entrar
O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou ontem que o governo reduzirá os subsídios, sem especificar os setores atingidos. É um livro que precisa ser aberto e conhecido pelos que pagam tributos. Chega de sigilos.
Parece que combinaram
“A principal tarefa do Congresso, dos partidos e do próprio Executivo, a partir do próximo ano, é promover uma grande reforma política.”
Com pequenas variações, o trecho apareceu em editoriais dos principais jornais do Centro do país, em diferentes dias de dezembro de 1990. Passados 30 anos, pode ser republicado sem a troca de uma vírgula. Prova de que detentores do poder mantêm-se fiéis ao ditado: deixa como está para ver como é que fica.
Resumo: anda cada vez pior.
Preferem o obscurantismo
As estruturas encravadas no poder há décadas temem que a reforma política elimine muitos ismos. Entre eles, o clientelismo, o personalismo, o paternalismo, o corporativismo e o patrimonialismo. Nem os sinais evidentes de colapso convencem.
Cartões postais
Manchete de ontem do jornal Estado de Minas, editado em Belo Horizonte: “Reino Unido pela vacina… e o Brasil segue desunido”. Brigas poderiam ficar para outros momentos, menos trágicos do que o atual.
Carrossel não para de girar
A 12 de abril de 2021 passará a vigorar a lei 14.071/20. Será a 39ª que altera o Código de Trânsito Brasileiro em quase 23 anos de vigência.
Acima
Análise da Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc.: “A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de retomar a política de bandeira tarifária no Brasil e antecipar a decisão de alterá-la do verde para vermelho nível 2 (maior taxa extra nas contas) impactará o IPCA em quase 0,5 por cento, o que contribui para a nossa projeção de 1,2 por cento de dezembro. Essa expectativa, aliada ao IPCA de novembro acima do esperado, leva o Índice de 2020 a 4,36 por cento. Portanto, acima da nossa projeção de 4,2 por cento, terminando um pouco acima da meta central de 4 por cento.
Apetite por cargo
O jornalista Sebastião Nery, o maior colecionador de episódios do folclore político, narra: na mesma noite, após uma das eleições, o telefone da casa de Paulo Maluf toca. O filho atende e pergunta quem quer falar com o pai. A voz do outro lado, sem se identificar: “Um futuro secretário dele.” Otavinho vai à sala onde está Maluf e volta com a resposta: “Papai mandou dizer que isto não é hora de falar com substantivo abstrato.”
Suspense
A Suprema Corte dos Estados Unidos impôs, na terça-feira, mais uma derrota aos republicanos que buscavam descartar até 2 milhões e 500 mil cédulas enviadas por correspondência na Pensilvânia durante a eleição presidencial. Foi mais uma tentativa de reverter a derrota para Joe Biden. Está aberta uma bolsa de apostas em Washington para apontar qual a próxima artimanha de Donald Trump, que precisa arrumar a malinha e desocupar a Casa Branca.