| Mélani Ruppenthal|
Estados registraram atrasos no recebimento de imunizantes enviados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (18). Após ocorrer a aprovação de uso emergencial das vacinas CoronaVac e AtraZeneca pela Anvisa, o governo antecipou o início do Plano Nacional de Imunização. Serão 6 milhões de doses distribuídas da CoronaVac para todos os estados, além do Distrito Federal. O cronograma previa que os estados poderiam iniciar as campanhas de vacinação a partir das 17h (horário de Brasília). No entanto, diversos locais ainda não receberam as doses previstas.
No Rio Grande do Sul, a previsão inicial era da chegada às 16h e a largada da vacinação seria dada às 18h, com a imunização da primeiro pessoa no estado. O ato seria feito em uma mulher, técnica de enfermagem e que atua na linha de frente no combate à Covid-19 no Hospital de Clínicas, em Porto Alegre. No entanto, após desencontros do que foi estabelecido pela logística do governo federal, a previsão foi alterada para às 20h 25, com um voo fretado da companhia área Azul.
A cerimônia de início da vacinação precisou ser adiada das 18h para 21h 30, seguindo a nova expectativa de chegada. O Hospital Clínicas fará um ato simbólico e o Plano de Vacinação Estadual deve entrar em vigor amanhã (19).
Mesmo todas as doses saindo de Guarulhos, em São Paulo, regiões próximas também não conseguiram receber as doses de CoronaVac de acordo com o cronograma. O Rio de Janeiro esperava o primeiro lote para às 13h, no entanto, passado o horário, o avião de transporte nem havia saído do solo. O voo da Força Área Brasileira (FAB) traria 487 mil doses da vacina, mas foi cancelado. A nova previsão é para às 16h, a partir de um transporte fretado pelo governo do estado.
A Bahia era cotada para ser o primeiro estado a receber as vacinas, por meio de uma companhia área particular, às 8h 50 na agenda do Ministério da Saúde. O estado, entretanto, foi informado hoje que o lote está estimado para às 18h por mudanças da equipe de Pazuello.
Plano Nacional de Imunização
Elogiado pelo Palácio do Planalto por sua capacidade de gestão e logística, Eduardo Pazuello assumiu o comando da pasta da saúde sob a promessa de maior competência na área. Cotado para iniciar a imunização brasileira no mês de fevereiro, o governo federal acabou acelerando o processo após pressão de governadores e prefeitos. No entanto, estados registraram atrasos e incertezas sobre a distribuição das vacinas.
Além do não cumprimento de horários estabelecidos pelo cronograma federal, houve também confusões quanto ao transportes empregado para algumas regiões. Para o RS, chegou a ser cogitado deslocar as doses de São Paulo ao estado por meio de um caminhão. O estado teve que fretar um avião da companhia área Azul para dar andamento na distribuição. A confusão também aconteceu no Rio de Janeiro, quando após informado de que não seria disponibilizado um avião da Força Área Brasileira (FAB), o governo estadual passou a estudar o uso de um voo fretado para trazer os imunizantes.
Fase 1 da campanha é voltada especificamente para:
Trabalhadores de saúde
Pessoas de 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência
Indivíduos com deficiência que vivem em instituições de longa permanência
População indígena aldeada
Foto: Eduardo Leite/Reprodução