Os novos casos de Covid-19 no Oeste de Santa Catarina, especialmente em Chapecó, colocaram em alerta o Departamento de Gestão da Atenção Especializada, responsável pela logística de oferta de leitos nas regiões do Rio Grande do Sul, e o Departamento de Regulação, que realiza as transferências de uma cidade ou região para outra

A Região Covid mais próxima à divisa com o estado é a de Erechim, que ainda mantém uma taxa de ocupação pouco superior a 60%. De acordo com a diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada, Lisiane Wasem Fagundes, a rede hospitalar gaúcha já está revisando o número de leitos disponíveis, caso ocorra um aumento no número de casos da doença. “A rede hospitalar no RS é bastante potente e organizada e mantém contato constante com a SES. Mesmo assim, os gestores dos hospitais estão sendo contatados para que possamos formar a retaguarda necessária”, disse Lisiane.

No sistema de bandeiras do Distanciamento Controlado, a região de Erechim apresentou piora na avaliação de três indicadores que abrangem dados específicos da região, totalizando dois destes com avaliação de risco máxima (bandeira preta). Com a piora na avaliação de um indicador de Velocidade de Propagação da Macrorregião Norte, houve crescimento da média ponderada para dentro dos parâmetros que determinam a bandeira final na cor vermelha.

Na última sexta-feira (12), a prefeitura de Nonoai, no Norte do Estado, decretou bandeira preta por conta do aumento de casos de Covid-19. Mesmo classificada em bandeira vermelha pelo governo do Estado, a decisão foi adotada pelo município até a meia noite desta terça-feira (16).

“A situação de Nonoai, em especial, é preocupante, porque há risco alto na região. Estamos encaminhando amostras para verificar que tipos de vírus estão em circulação e pedimos que as pessoas evitem aglomerações e façam uso dos protocolos individuais de proteção. Como há muitas pessoas assintomáticas, ficar em casa nesse momento é a melhor medida para evitar novos contágios e o agravamento da situação”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

Para a prefeita da cidade, Adriane Perin (PP), a medida foi necessária para conter a explosão de novos casos. No momento, o município não tem vacinas suficientes para imunizar os grupos prioritários.

Os protocolos da bandeira preta determinam o fechamento do comércio varejista, serviços de pet shops e cabeleireiros, eventos sociais e eventos religiosos. Também fica proibida a permanência da população em locais públicos, como ruas e calçadas.

“A decisão do nosso município de decretar bandeira preta, inclusive com toque de recolher, foi por avaliar que a medida foi para o mínimo que nós tínhamos. Foi uma decisão difícil de ser tomada, mas nós tínhamos os números. Uma crescente enorme de casos, leitos clínicos destinados a Covid-19 lotados, nossos profissionais da saúde em um esgotamento psicológico e físico crítico. Mesmo depois de um ano orientando a população a seguir os protocolos, não estava adiantando”, explicou a prefeita, em entrevista ao Portal RDC (16). “A bandeira preta foi uma medida dura, mas foi necessária no momento”, afirmou Adriana.

Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Governo de SC

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