Apressou
A vacância no cargo estava fazendo mal ao País. Foi o que levou o presidente Jair Bolsonaro a dar posse, no final da manhã de ontem, ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Eram fortes as pressões de empresários e do bloco do centrão no Congresso. Não constou da agenda oficial nem houve a presença de convidados e da Imprensa.
Cobrança
A Confederação Nacional dos Municípios lançou, ontem pela manhã, uma carta aberta ao presidente Jair Bolsonaro, conclamando que “assuma de uma vez por todas o papel constitucional de coordenação nacional no enfrentamento da Covid-19 no País, promovendo o alinhamento entre as esferas de governo e de poder.”
A Confederação resume: “É hora de focar no presente, produzir resposta efetiva, colocar a evidência científica como norte e despolitizar a pandemia, superando divergências e priorizando a defesa da vida para estancar as milhares de mortes e aplacar o sofrimento das famílias brasileiras.”
O pronunciamento do presidente, em rede nacional de TV, ontem à noite, foi a primeira resposta.
Chegarão a um acordo?
Os que detêm o poder político e econômico devem começar a entender com mais profundidade o que significa a expressão limite da exaustão. Diante da tragédia, é incompreensível o convívio entre ciência e negacionismo.
Depois, precisam estabelecer pontos de partida: 1) o País enfrenta uma das mais traiçoeiras doenças surgidas até hoje; 2) a Medicina se empenha arduamente na tentativa de descobrir o que fazer para curar os infectados e tratar os sequelados; 3) não é momento de disputas menores.
Zona de risco
A Organização Pan-Americana da Saúde, criada em 1902, é a mais antiga agência do setor no mundo. Ontem, emitiu boletim, alertando para “a terrível alta de casos da Covid-19 no Brasil, que tem afetado países vizinhos”.
Manchetes de ontem
Clarin, de Buenos Aires: “Economia da Argentina definha.”
El País, de Montevidéu: “Aulas retornaram e contágios duplicaram.”
ABC, de Assunção: “Quarenta na Páscoa do Paraguai.”
Correo, de Lima: “Clínicas particulares vão ajudar a multiplicar vacinação.”
El Mercurio, de Santiago: “Governo anuncia plano econômico de 6 bilhões de dólares para enfrentar nova quarentena no Chile.”
La Hora, de Quito: “Viajantes devem entrar no Equador com teste PCR realizado com 72 horas de antecedência.”
El Nacional, de Caracas: “Níveis de fome aumentaram na Venezuela, diz a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.”
Posição das esquerdas
A Gazeta do Povo, de Curitiba, noticiou ontem que o Foro de São Paulo se reuniu no dia 10 deste mês por videoconferência. O principal orador foi Lula, criador da instituição em 1990, que agradeceu “aos que confiaram em minha inocência”. O documento final ressalta: “Os sistemas de saúde pública, que na maioria dos países se deterioraram por culpa do avanço das políticas neoliberais, se encontram sobrecarregados. (…) Os países onde o neoliberalismo mais havia avançado são aqueles que têm padecido com os maiores índices de infecções e mortes”.
Preparativos
O Partido Comunista da China organiza as comemorações dos 100 anos de fundação, que ocorrerá a 23 de julho. Um dos destaques será a apresentação de documentário com 100 eventos históricos, a partir de abril.
O mundo ocidental aguarda pronunciamentos dos dirigentes chineses em relação a mudanças nas relações políticas e econômicas.
Revisão completa
“No largo rio da História, o capitalismo promoveu o desenvolvimento das forças produtivas a uma altura onde elas superam por imensa margem a soma total de todas as épocas anteriores. O capitalismo rompeu o jugo das relações sociais, transformando escravos, servos e camponeses da sua condição dependente em trabalhadores assalariados livres.”
O trecho do artigo de Xi Jiatum, publicado em 1989 pelo Beijing Informa, semanário oficial de divulgação do governo chinês, provocou grande confusão.
Jiatum foi secretário do Partido Comunista de 1977 a 1983. Depois de apoiar os protestos estudantis da Praça Tiananmen, em 1989, deixou o país e viveu em autoexílio nos Estados Unidos.