Preenche espaço vazio

Lideranças da iniciativa privada cobraram do governo federal, no começo da semana, medidas para conter a pandemia, insinuando que outros poderes se sentiriam impelidos a agir. Assessores do Planalto aconselharam e a resposta veio ontem: o presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação de um comitê que se reunirá semanalmente para definir  ações. Funcionará também uma coordenação com os governadores.

No ringue político

O governador de São Paulo, João Doria, não demorou mais do que alguns minutos para atacar: “O comitê anunciado por Bolsonaro não nos representa.” Doria precisa escolher entre bandeira branca ou mais mortes.

Curto circuito

A Frente Nacional de Prefeitos disse que não foi chamada para a reunião do presidente Jair Bolsonaro com governadores, ministros e chefes de poderes, que tratou ontem da pandemia. A entidade representa 412 dos maiores municípios do País. Ainda está em tempo de corrigir. Não é hora de conflitos.

Situação gravíssima

“A capacidade da indústria nacional para a fabricação de medicamentos necessários para a intubação nas Unidades de Terapia Intensiva está no limite e remédios para outras áreas podem faltar. Isso porque há fabricantes que voltaram sua produção totalmente para o kit intubação, o que representa o desabastecimento de outros fármacos.”

Alerta da diretora da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Meiruze Sousa Freitas, em recente audiência na Comissão Externa da Câmara dos Deputados.

Já se sabia

A Associação Nacional de Hospitais Privados, na semana passada, tinha divulgado carta aberta, na qual alertava para falta de sedativos e relaxantes musculares no trabalho de intubação.

Fim do mês se aproxima

Para a maioria dos empresários, os compromissos comerciais, financeiros e tributários continuam a vencer sem atentar para as cores das bandeiras.

Consequências

Atualmente, 95 países mantêm as escolas abertas com alguma limitação. Exemplos: Estados Unidos, Canadá, Espanha, Portugal e França. Em 26, o ensino presencial está totalmente normalizado, sendo apenas um na América Latina, o Suriname.

Conclusão do momento

A Operação Lava Jato está sepultada. A decisão do Supremo Tribunal Federal contra Sérgio Moro mostrou a dificuldade de provar supostos casos de corrupção.

Pausa para avaliação

A 31 de agosto, a Lei 6.938, que define a Política Nacional do Meio Ambiente, completará 40 anos. Tempo suficiente para que governos e entidades voltadas ao combate à poluição organizem eventos para analisar as realizações e as que ficaram no meio do caminho.

Entre subidas e descidas

O Movimento Democrático Brasileiro completou ontem 55 anos de fundação. A escolha do nome coube a Tancredo Neves, a 24 de março de 1966, após queda de braço. Ulysses Guimarães preferia Ação em vez de Movimento. Havia ainda um grupo que defendia a sigla Modebras. O primeiro presidente do diretório nacional do MDB foi o senador Oscar Passos, do Acre.

Poucas vezes aplicado

O Código Eleitoral, instituído a 17 de julho de 1965, prevê no artigo 299: “Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita. Pena de reclusão até quatro anos e pagamento de cinco a 15 dias-multa.”

Alteração no cenário

O colunista Marcos De Oliveira, do Monitor Mercantil, noticiou ontem:

“A maré está virando contra as empresas da economia de bicos (gig economy). Especialmente na Europa, trabalhadores de aplicativos de transporte e de entregas estão obtendo vitórias na justiça, que reconhece alguns direitos trabalhistas. Na Itália, Uber Eats, Glovo, Just Eat e Deliveroo foram multados pelas autoridades em € 733 milhões (R$ 4,827 bilhões) por não registrar 60 mil empregados. Na Espanha, as cortes estão reconhecendo o status de empregado, e em Madrid o governo local anunciou regulação para que todos sejam registrados. Na Coreia do Sul, trabalhadores também estão conseguindo decisões favoráveis na justiça.”

Começo

Hoje é o Dia da Constituição, que assinala a outorga da primeira Carta, a 25 de março de 1824, por Dom Pedro I. Algumas das características:

1)  Concentrava poderes nas mãos do imperador; 2) só os ricos podiam votar; 3) manutenção do sistema que garantia os interesses da aristocracia; 4) o imperador tinha o direito de não responder na Justiça por seus atos.

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