Olhando de perto

O governo federal completou, na manhã de hoje, o pagamento de 180 bilhões de reais para rolar sua imensa dívida. É o que aponta o placar eletrônico jurometro.com.br, cuja contagem começou a 1º de janeiro deste ano. Dinheiro recolhido de impostos, que deveriam se destinar à saúde, à educação, à segurança e outros serviços públicos essenciais. Porém, precisa sustentar a gastança de décadas feita por governos irresponsáveis.

Sobre o assunto, não se ouvem manifestações de parlamentares. O assunto não dá holofotes nem manchetes. Devem também acreditar que não rendem votos. Preferem a política como espetáculo.

Na mesma tecla

Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, repetiu ontem na CPI da Pandemia, o que já se sabia: o Brasil poderia ter mais vacinas hoje se tivesse aceitado os riscos, acertando as compras na fase de estudos dos imunizantes. “Quem chega depois vai para o final da fila”, afirmou. Em sua visão, levou a melhor, com grande estoque de doses, os países que tinham mais dinheiro e capacidade de assumir esse risco, comprando imunizantes que talvez não se mostrassem úteis futuramente.

Era um risco que Bolsonaro não quis correr e a oposição foi tímida, reagindo pouco.

Levantam a voz

Por não ter a participação de mulheres, a CPI da Pandemina, com 11 titulares e sete suplentes, tem sido chamada de Clube do Bolinha,  conhecido por ser exclusivamente para meninos. Aparece frequentemente nas histórias de quadrinhos da personagem Luluzinha, criação da cartunista Marjorie Buell em 1935.

Mesmo contrariando o regimento, senadoras intervêm com perguntas aos depoentes, não se intimidam e fazem muito bem.

Não encontrou nada

Em setembro de 2017, a Procuradoria-Geral da República apresentou duas peças acusatórias denominadas Quadrilhão do PMDB. Seus líderes integrariam uma organização criminosa, visando arrecadar propina por meio de órgãos públicos como a Petrobras, Caixa Econômica Federal, Câmara dos Deputados e ministérios do governo federal.

Agora, a Justiça Federal da 1ª Região absolveu o ex-presidente Michel Temer e outros acusados, entre os quais o ex-ministro Eliseu Padilha. Comprova, mais uma vez, que a mistura de manchetes com denuncismo e pré-julgamento pode não passar de mera precipitação.

Destino correto

Elogiável a campanha Farmácia Vai à Escola, lançada ontem pelas Secretarias da Saúde e da Educação. A iniciativa vai estimular as escolas a tratarem sobre o uso e descarte de medicamentos.

Dia decisivo

A partir das 9h de amanhã, começará o julgamento do governador afastado de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva, acusado de crime de responsabilidade pela compra de respiradores para pacientes da Covid-19 com pagamento antecipado. O tribunal é composto por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais. Perderá o cargo caso sete dos votantes vierem a considerá-lo culpado.

Às apostas

A Câmara dos Deputados concluiu, ontem à noite, a votação de projetos de lei criando as Loterias da Saúde, para financiar ações de combate à pandemia de Covid-19, e do Turismo, de autoria do deputado federal Giovani Cherini, cujos recursos financiarão o setor. A autorização é para que funcionem até 31 de dezembro deste ano.

 Marco da Arquitetura

O leilão para venda do edifício A Noite, localizado na Praça Mauá, Centro do Rio de Janeiro, não teve interessados em fazer lances que deveriam partir de 98 milhões de reais. O próximo leilão deverá acontecer no dia 7 de junho, e o preço terá uma redução de 25 por cento.

Construído no final da década de 1920, era considerado o maior arranha-céu da América Latina e o mais alto edifício do mundo construído em concreto armado.

Histórico

O edifício foi inicialmente sede do jornal A Noite. Servia também de mirante que oferecia vista privilegiada da cidade e da Baía da Guanabara. A partir de 1937, tornou-se sede da Rádio Nacional, de grande popularidade pelos programas de auditório e novelas.

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