Desde o início da pandemia, o número de pessoas trabalhando de casa, no chamado home office, aumentou. Segundo pesquisa da BTA, empresa especializada em consultoria de negócios, 43% das empresas brasileiras adotaram o sistema como padrão de trabalho. Porém, o Brasil acompanhou uma tendência de outros países, como nos Estados Unidos, em que 76% dos trabalhadores estão em home office, de acordo com pesquisa do site FlexJobs.

Uma das dificuldades deste modelo é de manter a produtividade, apesar disso, 86% dos trabalhadores entrevistado pela SurePayRoll disseram que atingem “produtividade máxima” quando trabalham sozinhos. Entre os gestores, dois terços afirmaram que seus colaboradores aumentaram a produtividade trabalhando remotamente.

Segundo o professor nos cursos Técnico em Segurança do Trabalho e Síndico da escola Senac Gestão & Negócios, Eduardo Coletto Piantá, esse aumento produtivo não é algo automático e, como qualquer processo produtivo em que a empresa vá operar, demanda planejamento.

Piantá destaca que é importante ter um ambiente de trabalho separado em casa e evitar trabalhar em locais improvisados com distrações, como conversas paralelas e eletrônicos ligados. “O local específico auxiliará na produtividade e concentração, assim como agilizará processos produtivos, trazendo um reforço psicológico na medida em que, embora em casa, haja a separação de horário de trabalho e horário de lazer. Essa separação, ao longo do tempo, passa a ser significativa, inclusive na prevenção de depressão ou tédio”, comenta.

Para Eduardo, também é importante um mobiliário adaptado para a pessoa, o que é uma vantagem em relação ao ambiente empresarial, já que nos escritórios, por causa da rotatividade de pessoas, os espaços de trabalho precisam ser versáteis e nem sempre.

Outro ponto crucial, explica o professor, é o ambiente social em que o trabalhador está inserido. Questões como barulho de trânsito e obras. Além do “analfabetismo tecnológico”, que se refere à dificuldade no uso de tecnologias. Tudo isso pode influenciar na parte psicológica do funcionário.

Estabelecidos os requisitos mínimos estruturais e psicossociais, ainda deve-se observar problemas que, ao longo do tempo, podem afetar a saúde do trabalhador e são específicos do teletrabalho, tais como o adoecimento físico por questões ergonômicas, a repetitividade, a depressão, já que o ser humano, em geral, tem necessidade de socializar. “O indicado é criar estratégias que visem monitorar quaisquer sintomas bem como prevenir esses acontecimentos, mediante momentos para confraternizações, ginásticas laborais, entre outros. Caso exista o surgimento lento e progressivo de quaisquer desses sintomas, certamente haverá impacto na produtividade”, destaca.

 

Somando-se aos aspectos estruturais e psicossociais, também é preciso se atentar à cultura organizacional da empresa, que exerce papel fundamental para dar sentido ao trabalho exercido; à gestão de tempo, observando e atentando-se ao critério da empresa (horários rígidos ou flexíveis); e ao planejamento semanal, que permite um controle de identificação do rendimento da função. “Todos são fatores que impactam na qualidade de vida e nos resultados”, afirma.

 

Foto: Getty Images

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