Para acender todos os sinais de alerta: a prévia da inflação oficial deu um salto em outubro, marcando a maior taxa para o mês desde 1995. Nos centros do poder, silêncio constrangedor.

        Bola de neve

        Entre 1997 e 2016, o gasto público federal cresceu, em média, quase 6% ao ano acima da inflação. É um dos motivos que explica o fato de a dívida da União se aproximar de R$ 5 trilhões.

        Elasticidade

       A Lei de Improbidade Administrativa está em vigor desde 1992. Com a reforma, promulgada ontem, haverá exigência de dolo  para que os agentes públicos sejam responsabilizados. Danos causados por imprudência, imperícia ou negligência não podem mais ser configurados como improbidade. Risco de que o prejuízo recaia sobre os que pagam impostos.

        Há 60 anos

        “Todos, na medida de suas possibilidades, devem concorrer para o domínio da inflação, sem o que não haverá para o nosso país nem prosperidade nem paz.” Foi o trecho inicial da nota oficial divulgada em Brasília após a reunião do Conselho de Ministros, a 27 de outubro de 1961, dedicada ao exame do problema do custo de vida.

        Chance dos oportunistas

        A nota do Conselho de Ministros continuou: “Estão sendo tomadas as medidas que coíbam a ganância e a ambição desenfreada que concorrem substancialmente para o desassossego e a intranquilidade da hora presente.”

        Pautas se mantêm

        As medidas anunciadas pelo governo federal a 27 de outubro de 1961 foram: restrição de nomeações para o serviço público; supressão dos cargos desnecessários; suspensão de quaisquer obras novas por seis meses; proibição de operações do Banco do Brasil com especuladores de gêneros alimentícios; manutenção dos preços dos combustíveis; revisão tributária e adoção de  política orçamentária para conter a inflação.

        É um jogo

        Quando se aproxima o ano eleitoral, abrem-se negociações para formação de alianças. Surge, então, o dilema: dirigentes de grandes partidos não conhecem quanto vão ganhar, mas alguns sabem quanto perderão. Uma das dívidas a serem pagas em caso de vitória: conseguir cargos para filiados de siglas nanicas.

        O absurdo das pedras

       Chegar a Porto Alegre tornou-se uma manobra de risco: criminosos ficam nas passarelas da BR 101 e jogam pedras nos veículos para que os motoristas parem. De imediato, são assaltados. A Polícia Rodoviária Federal já prendeu alguns, mas o contingente tem limites.

        Demora não se justifica

       A concessionária do trecho da BR 101 reconhece o problema, mas alega que só poderá instalar câmeras de segurança nos locais de ataques em fevereiro do próximo ano. Inconformado, o deputado estadual Issur Koch reuniu-se ontem com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes para que tome providência junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres. A cobrança passará a ser insistente até que entendam. Caso contrário, haverá enquadramento da concessionária por negligência.

        Deverá ficar na intenção

        O presidente do Tribunal Superior Eleitoral,  ministro Luís Roberto Barroso, voltou ontem a defender a regulamentação de plataformas digitais para combater “desinformações que comprometem a democracia”.

       A intenção é boa, porém configura-se como missão impossível. A menos que surja alguma mágica acoplada à tecnologia.

        Vítimas

        A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou mudança na lei, obrigando empresas de teleatendimento ou telemarketing a oferecer ginástica laboral a seus empregados. Deveria incluir tratamento para aceitação do não, após ligarem insistentemente a quem se recusa a comprar produtos ou serviços oferecidos.

        Alternativa para o bolso

        Tem aumentado no Rio Grande do Sul as instalações de kit GNV. Com a conversão nos veículos, há dupla economia. Não só em função do preço da gasolina, mas também em relação ao desconto no IPVA.

        Efeito da reabertura

        O setor hoteleiro de Florianópolis começa a disparar foguetes com o número de reservas para a temporada de verão, incluindo muitos gaúchos. Empresas locadoras de automóveis pedirão reforço a outras cidades, acreditando que a frota atual será insuficiente.

        Deu no jornal

        “Famílias afegãs vendem suas filhas para não morrerem de fome.”

        Não foram ouvidas manifestações de entidades que defendem os direitos humanos.

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