A tempestade subtropical Yakecan começa a se afastar do continente na altura de Florianópolis na manhã desta quinta-feira depois de ter deixado dois mortos no Rio Grande do Sul e Uruguai, cerca de 800 mil pessoas sem energia elétrica no estado gaúcho e ter provocado queda de postes, árvores, destelhamentos e danos em diversos municípios, especialmente da costa entre Rio Grande e Capão da Canoa. A esmagadora maioria das estações do Instituto Nacional de Meteorologia que reportam vento no litoral, e que registrariam as rajadas mais intensas, estavam fora do ar durante a passagem do ciclone que, como se previa, avançou pelo mar margeando a costa gaúcha de Sul a Norte antes de começar a recurvar para Leste na altura de Santa Catarina.
Estação particular, porém, na área do Taim anotou vento de 80 km/h e mantida pelo Porto de Rio Grande, na barra, marcou 97 km/h. Outros registros de estações particulares até o começo da noite incluíam 106 km/h em Cambará do Sul e 88 km/h em Tapes. Os danos em pontos do Litoral Norte e da região de Mostardas são condizentes com vento ao redor ou pouco acima dos 100 km/h. Em Porto Alegre, as rajadas variaram, em média, entre 70 km/h e 80 km/h. Os picos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina anotaram vento muito intenso com 91 km/h em São José dos Ausentes e 126 km/h no Morro da Igreja, no Planalto Sul Catarinense. No Sul catarinense, Siderópolis anotou 108 km/h. Com o afastamento de Yakecan do território gaúcho, o vento nesta quarta-feira sopra durante o dia predominantemente fraco com períodos de moderado no Leste gaúcho e ainda podem se dar algumas rajadas ocasionais, sobretudo na costa. As rajadas na orla tendem a ser muito menos frequentes que ontem.
O dia no Rio Grande do Sul será de muitas nuvens e chuva na maioria das regiões ao menos em parte desta quarta. Chove principalmente na Metade Leste com pancadas fortes isoladas. O sol aparece em diferentes locais Oeste, mais na área de Uruguaiana. Com abundante nebulosidade e chuva, será outro dia frio. Não se afasta ainda neve ou chuva congelada nos Aparados no início desta quarta, mas as condições para precipitação invernal cessam com o passar das horas à medida que a atmosfera em altitude fica menos fria. A sensação térmica segue baixa. O ciclone se afasta, mas o alerta segue na costa. Isso porque o swell gerado pela tempestade e um outro ciclone a Leste, este extratropical, será grande entre hoje e amanhã no litoral gaúcho com ondas que podem chegar nas praias a até 5 metros, conforme projeções dos modelos de ondas da Marinha do Brasil.
Com isso, espera-se elevação da maré (maré de tempestade) e uma possível grande ressaca. O pico das ondas se daria entre a noite de hoje e o começo da quarta. A ressaca pode trazer erosão costeira e mesmo danos para calçadões e estruturas na faixa de areia como quiosques e guaritas. Em mar aberto, o mar estará por demais agitado e tempestuoso com grande perigo para pequenas embarcações. A ressaca vai atingir o litoral paulista e com força a costa do Rio de Janeiro.
Fonte: Metsul